Há algumas palavras que caíram em desuso por várias questões. Bem sei que a língua é viva. O “vossa mercê” acabou por se tornar simplesmente “você” (no coloquial, para alguns, diz-se apenas “cê”; outros há, na virtualidade dos Messengers da vida que teclam simplesmente “vc”). Mas não é disso que me refiro. Falo de palavras que se vestem de significados sem qualquer paridade com o habitues. Assim como a língua e os costumes, os ofícios também se aprimoram, se modernizam e, dependendo da “necessidade”, mantêm-se ou desaparecem por completo. Antigamente havia profissões que atualmente quase desapareceram. Poucos saberiam dizer o que um “lambe-lambe” fazia no meio das praças. Hoje em dia, porém, há profissões que poucos sabem realmente pra que servem. Se seu filho dissesse que quer ser “trendspotter” um dia ou, quem sabe, vir a se tornar um “booker”, você o incentivaria? Seria preciso, incialmente, admitir que seu filho tem boa ambição. Em seguida, entender que a primeira profissão se refere a alguém que investiga idéias que tendem a ser impactantes e que possam virar produtos, bens ou conceitos. A outra – “booker” – tem a ver com o caçador de talentos para agências, mas que, em alguns casos, tem o papel de conseguir trabalho para os(as) modelos.
Pelo meu desejo de Justiça proeminente desde a época em que brigava no colégio (sim, queridos, cansei de brigar em colégio. Até o ensino médio, quando já sé é bem grandinho, envolvi-me em brigas no pátio da escola), não quis outra coisa a não ser a carreira jurídica. Mas quem me conhece de perto sabe que meu amor pelas letras e pela filosofia são indiscutíveis! Em meio a tudo isso, o que me vem à mente é saber que nunca deixei de exercer um ofício que independia de mim propriamente (falo de habilidade), mas que me tomou durante os períodos de explosão de “metanóia” (que é a forma de repensar a vida com inspirações e aspirações mais elevadas, por meio da fé): o “munus” profético.
“Temos muitos profetas (...). São semeadores da Mensagem, denunciadores da injustiça, da indiferença e do desamor nas relações humanas”
Vendo o que se vê em relação aos descaminhos do curso deste mundo, tanto em relação ao homem (egocentrismo, hedonismo e individualismo crescentes) quanto em relação à Natureza (desordem influenciada pelos maus tratos nossos em relação ao planeta e seus recursos naturais), sem deixar de considerar as setas inflamadas lançadas por aqueles que deveriam falar de amor – o segmento da religião – mas que perverteram a Mensagem, adequando-a à cultura e moral próprias, as quais mudam conforme os tempos e as épocas, não há como alguém, consciente de seu papel como agente do Bem, esquivar-se da atuação direta como profeta nessa geração. Assim me sinto desde há muito tempo. O profeta não apenas fala, denuncia também. Não apenas emite uma opinião, mas age determinado pelo Amor em profunda coesão com o que chamaria de “espírito da Mensagem” (ou “espírito da Palavra” para alguns que me lêem, entendendo do que falo realmente).
E o que seria a tal Mensagem? Deus é amor no céu dentro de nós, e todo o que ama O conhece, ainda que diga sequer crer em sua existência. E o que é o Amor? É o que dentro dele cabem a vida, a fé e toda esperança, sendo maior que todas essas coisas. Como disse há muito tempo atrás um profeta chamado Paulo, dirigindo-se aos cidadãos de Roma: “Nem a morte, nem a vida, nem poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem absolutamente qualquer criatura poderá nos separar do Amor de Deus”. Por isso mesmo, o Amor jamais acaba. Temos muitos profetas ao redor do planeta. São semeadores da Mensagem, denunciadores da injustiça, da indiferença e do desamor nas relações humanas.
Poderia citar muitos nomes, desde Chico Mendes e irmã Dorothy Stang, assassinados no palco da Floresta Amazônica, ou, quem sabe, o jovem missionário Edgard Gonçalves Brito, assassinado por falar de paz em Dili (Timor Leste), até aos que ainda vivem profetizando o Amor, como a ex-ministra do meio-ambiente, Marina Silva, Desmond Tutu, na África do Sul, Gene Robinson, em Nova Hampshire, Martti Ahtisaari, que recebeu neste ano o prêmio Nobel da Paz, cada um dentro de seu “mundo particular”, seja a Floresta Amazônica, a África, a América do Norte ou na mediação pela paz nos conflitos mundiais. Com eles, uma multidão profética formada pelos Josés, Franciscos, Marias, Severinas, entre muitos outros “beija-flores nas florestas em chamas”, cada um deles, talvez, anônimos apenas pra gente; no entanto, tal como ocorre com as estrelas no firmamento, são reconhecidos pelo Todo-amor com a singularidade que lhes é própria.
Pelo meu desejo de Justiça proeminente desde a época em que brigava no colégio (sim, queridos, cansei de brigar em colégio. Até o ensino médio, quando já sé é bem grandinho, envolvi-me em brigas no pátio da escola), não quis outra coisa a não ser a carreira jurídica. Mas quem me conhece de perto sabe que meu amor pelas letras e pela filosofia são indiscutíveis! Em meio a tudo isso, o que me vem à mente é saber que nunca deixei de exercer um ofício que independia de mim propriamente (falo de habilidade), mas que me tomou durante os períodos de explosão de “metanóia” (que é a forma de repensar a vida com inspirações e aspirações mais elevadas, por meio da fé): o “munus” profético.
“Temos muitos profetas (...). São semeadores da Mensagem, denunciadores da injustiça, da indiferença e do desamor nas relações humanas”
Vendo o que se vê em relação aos descaminhos do curso deste mundo, tanto em relação ao homem (egocentrismo, hedonismo e individualismo crescentes) quanto em relação à Natureza (desordem influenciada pelos maus tratos nossos em relação ao planeta e seus recursos naturais), sem deixar de considerar as setas inflamadas lançadas por aqueles que deveriam falar de amor – o segmento da religião – mas que perverteram a Mensagem, adequando-a à cultura e moral próprias, as quais mudam conforme os tempos e as épocas, não há como alguém, consciente de seu papel como agente do Bem, esquivar-se da atuação direta como profeta nessa geração. Assim me sinto desde há muito tempo. O profeta não apenas fala, denuncia também. Não apenas emite uma opinião, mas age determinado pelo Amor em profunda coesão com o que chamaria de “espírito da Mensagem” (ou “espírito da Palavra” para alguns que me lêem, entendendo do que falo realmente).
E o que seria a tal Mensagem? Deus é amor no céu dentro de nós, e todo o que ama O conhece, ainda que diga sequer crer em sua existência. E o que é o Amor? É o que dentro dele cabem a vida, a fé e toda esperança, sendo maior que todas essas coisas. Como disse há muito tempo atrás um profeta chamado Paulo, dirigindo-se aos cidadãos de Roma: “Nem a morte, nem a vida, nem poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem absolutamente qualquer criatura poderá nos separar do Amor de Deus”. Por isso mesmo, o Amor jamais acaba. Temos muitos profetas ao redor do planeta. São semeadores da Mensagem, denunciadores da injustiça, da indiferença e do desamor nas relações humanas.
Poderia citar muitos nomes, desde Chico Mendes e irmã Dorothy Stang, assassinados no palco da Floresta Amazônica, ou, quem sabe, o jovem missionário Edgard Gonçalves Brito, assassinado por falar de paz em Dili (Timor Leste), até aos que ainda vivem profetizando o Amor, como a ex-ministra do meio-ambiente, Marina Silva, Desmond Tutu, na África do Sul, Gene Robinson, em Nova Hampshire, Martti Ahtisaari, que recebeu neste ano o prêmio Nobel da Paz, cada um dentro de seu “mundo particular”, seja a Floresta Amazônica, a África, a América do Norte ou na mediação pela paz nos conflitos mundiais. Com eles, uma multidão profética formada pelos Josés, Franciscos, Marias, Severinas, entre muitos outros “beija-flores nas florestas em chamas”, cada um deles, talvez, anônimos apenas pra gente; no entanto, tal como ocorre com as estrelas no firmamento, são reconhecidos pelo Todo-amor com a singularidade que lhes é própria.
Você pode ler tudo isso e dizer pra si: “profetas? Que caretice!” A esposa de Chico Mendes pediu diversas vezes pra que o marido esquecesse aquela Floresta e levasse a família pra longe dali. A família Stang não fez diferente, querendo a irmã religiosa de volta à sua terra natal quando surgiram as primeiras ameaças. Gene Robinson, o primeiro bispo assumidamente gay, no dia de sua investidura no comando da diocese de Nova Hampshire, estava com colete à prova de bala por debaixo do toga e da estola, e tudo isso porque a Ala conservadora da Igreja Anglicana o ameaçou de morte caso comparecesse na cerimônia de sagração episcopal. Há muitas outras histórias de beija-flores profetas pelo mundo afora. Há sempre um preço a pagar. A História não tem mostrado que sempre foi assim?
Nota: na imagem principal, “Beija-flor”, de Ian Cota.
2 comentários:
Nem sei que dizer!
Digo-te com o olhar que não podes ver...
Um abraço!
...
E eu te responderei com a pena na folha, rabiscando desajeitadamente o agradecimento pela sensibilidade.
O olhar é sempre o melhor canal, porquanto porta e janela do que há dentro de si. Por isso mesmo, até os cegos têm olhares. Imagina, então, os teus...
Outros abraços!
...
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