domingo, 19 de outubro de 2008

O saber certo e a necessidade



Chove lá fora e aqui dentro também. Manhã de domingo, em que pese a emocionante final de nossa seleção de Copa do Mundo de Futsal, disputada contra a Espanha aqui no Rio, os rios se amontoam pelas calhas nos telhados da vizinhança. É um pinga-pinga de águas doces; às vezes, de água salgada também. O solo, aquecido pelas corrente das águas vindas das nuvens, vai se tornando escorregadio e incerto. Muitas vezes são os nossos caminhos. Algumas vezes são os nossos sonhos. Graças a Deus, não todos!

No dia anterior falei de Adélia, mais precisamente, na tal esperança implorada nos versos em “Dolores”. Quem espera, alcança. É o que dizem lá fora. A questão é saber o que se alcança, pois, se sabe, algumas vezes, o que se alcança é justamente o saber não ser alcançável. Só dependerá de “como” a esperança está sendo aguardada. Princípio na física – a terceira lei de Newton – é que toda ação estabelece uma reação. Princípio da sabedoria é que é preciso saber certo, pois o saber incerto é quase sempre duvidar. A dúvida é necessária, pois alavanca o pensamento à inquirição do que se quer saber ao certo. Mas ter dúvida sempre já é demais. Assim, não há passo que caminhe certo. A dúvida que não sai incomoda como reação estranha à ação.

Meio-dia na ação dos ponteiros adiados pelo horário de verão. Vejo pela janela que a chuva lá fora aumenta. É uma ação da Dona Natureza quando torce as nuvens. Quase próximo do final do tempo regulamentar na partida de futsal, Espanha empata em 2 a 2. Foi uma reação e tanta. Para os espanhóis, fique bem claro! Não ter gostado foi minha reação. Retorno à janela, percebo que as ruas se tornam incertas no desenho dos rios de chuva. Desisti de ir à feira. Há poças demais para saltar; por outro lado, não caminharia tranqüilo num solo incerto. O árbitro apita e a partida agora será disputada nos pênaltis. Putz! Todos aguardaremos as ações emocionantes que virão em instantes. À parte de tudo isso, porém, a necessidade de um abraço pra calar todas as dúvidas. É a ação que mais preciso. Como torcedor, como ser humano, como homem, me pergunto: quem reagirá?

6 comentários:

Leo disse...

a chuva renova, né? purifica. E nada melhor pra esse início de horário de verão! Parece que a cidade fica mais jovem.
Um abraço... sim! Um abraço seria ótimo pra renovar tudo de vez e começar com o pé direito!

[Farelos e Sílabas] disse...

...

Leo: Chuva é sinal de esperança se aproximando. É vida sim, por que não?

Ah, o abraço! Que chovam muitos deles, mas apenas os que trazem sinal de esperança!

Valeu pelo abraço em forma de palavras inspiradas!

...

Osc@r Luiz disse...

É apenas o primeiro de uma série de domingos do horário de verão.
Virão muitos deles, e como cada organismo é uno, espero que a sua adaptação seja rápida e indolor.
Com um belo blog como esse, você nem deveria se preocupar com coisas tão pequenas.
Obrigado pela visita e gentileza.
Dobro a oferta do Léo, e deixo dois abraços, porque segunda-feira não é mole.
Seja sempre bem vindo.
Guardei seu link para voltar mais vezes.

Thiago Cavalcante disse...

Farelos e silabas, (seja bem-vindo ao Debaixo das Asas). (Gostaria de saber teu nome).
Minha professora de sintaxe (Wilma Rigolon), usa uma expressão que seu comentário impeliu-me a ela:
‘Para ler um texto, um bom leitor, precisa ler nas linhas, entrelinhas, sobre as linhas, sob as linhas’.
E eu gosto de descompor as palavras para depois tentar juntá-las. Faz-se necessário.

...

Rapaz,
Chuva é algo que me fascina.
Lança-me a uma expressão que tenho vivenciado dia a dia: Renovo.
Chuva direciona-me ao renovo das horas, do clima, do tempo, dos anos.

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Tenha uma ótima semana.

Shalom!

[Farelos e Sílabas] disse...

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Osc@r:

Certamente virão muitos outros domingos assim, porém, apenas os primeiros terão o desconforto para meu sentir-biológico na adaptação ao horário de verão. Os demais, já melhor acostumado, não me causarão estranheza...

Obviamente, não se trata de uma preocupação, mas apenas uma afirmação: não curto o horário de verão. Apenas isso. Gosto da natureza (e todas as suas manifestações, inclusive com o tempo) "in natura". Mas, por enquanto, aceitemos a imposição da lei, a mesma que instituiu o tal horário em nosso próprio horário...

Abraços dobrados recebidos com gratidão pelo retorno! Farei o mesmo com o link do teu, Osc@r!

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[Farelos e Sílabas] disse...

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Thiago:

Rapaz, tua professora aproveita a palavra como fruta madura. Ela age corretamente! Hoje mesmo pus uma imagem com versos que também explicam o que se pode fazer com as palavras, depois confira!

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Ah, o renovo! E depois alguns dizem que não há eternidade...

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Abraços salpicados de agradecimento pelo retorno!

Shalom! Haja sempre renovo nos frutos de tua videira!

Cardo (Ricardo)

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