sábado, 30 de janeiro de 2010

Desconectado em tempo real...




Diante das atuais circunstâncias fico me perguntando pra onde ir...

Falei ultimamente sobre meu desencanto do mundo virtual. Não imaginava que viria a ser arrancado tão inesperadamente dele. Há cinco dias estou sem conexão com a internet. De férias, resta-me o PC de casa. Justamente aqui fui ter problemas com o provedor. Não envio nem recebo um único e-mail. Não respondo a ninguém. Perguntas e respostas se acumulam. Pra piorar, a linha telefônica anda baleada. Depois de alguns temporais típicos deste verão, os ruídos me impedem de ouvir e identificar as vozes. Já por duas vezes os técnicos estiveram aqui, a meu pedido. Um deles falou da oxidação já que moro a poucos minutos do mar. E daí, qual a solução – eis minha perguntinha de retórica. Aguardar uma equipe pra reparar os cabos! – eis a resposta que ouvi.

Tenho “amigos virtuais” que, à vista dos últimos e-mails que recebi [antes de ficar “ilhado”], anseiam por um simples alô. Não tenho como “chegar” até eles...

De repente o mundo virtual torna o mundo real mais trabalhoso, diria. Basta ficar desconectado do mundo por alguns poucos dias. Poucos dias?! Tem sido uma eternidade! Nem leio mais às notícias em tempo real pelo portal do G1! Não assisto a um videozinho sequer do Youtube! Na falta de conexão voltei a manusear meu velho e bom dicionário (ah, saudades do meu Michaelis on line!...). Tudo parece meio perdido. Sem direção. A pergunta ecoa pelos corredores do pensamento: aonde ir?...

Que a virtualidade possa ter seus confortos (pra evitar ser repetitivo com as facilidades) não se duvida. Tudo é mais prático. Tudo, não. Quase tudo! Insisto nas reflexões anteriores sobre os cuidados [repito a palavra "cuidados" pra que não me leiam com impressões de inimizade ao mundo virtual] que se deve ter com o coração. Relacionamentos virtuais tendem a ser, em boa parte das vezes, meras projeções. Jogo de aparências photoshopadas. Até o papo é photoshopado com as palavrinhas elegantes e politicamente corretas...

Na falta de internet, os livros e as cartas. Estou chocado com os relatos do Marcelo Quintela lá na Nigéria e o grande problema social com o misticismo das crianças “bruxificadas”. Pobres coitadas, são estigmatizadas assim por lideranças religiosas para “explicar” as mazelas familiares, incluindo-se a própria miséria. Na falta de sono nesta madrugada, a brisa do mar me visita sorrateira pela varanda de meu quarto.

Os pensamentos seguem por conexões que independem da rede internauta. São próprios. Altivos. Saudosos. Inquietos. Preciso voltar ao Jardim Botânico. Preciso de novos encantos. Preciso do aprendizado daquelas raízes. Preciso do solo da realidade, a despeito de todas as facilidades do universo virtual. Mas entre teclados e pele, sou pela pele. Sou pela paz. A dos meus desejos... É pra lá que eu vou. Com ou sem conexão direta... Bom final de semana a todos!

O aviãozinho e os nossos rumos



Vai-se. Foi-se. É só mais alguns dias. Falo pensando na coriza que não me larga. A gripe que não me deixa. Os chazinhos de limão que bebo antes de dormir. O desgaste com o vai e vem dos técnicos da empresa telefônica. As reflexões do “por que não deu certo!?”. O pensamento numa certa imagem. O timbre calmo da voz. O calor deste verão superaquecido. O aperto no metrô na hora do “rush”. A juventude que pouco ou nada se doou a si mesma. O “e agora, José?” de Drummond (e de todos nós, inconformados). Coisas boas e outras as quais apelidamos de não muito boas. Tudo uma trajetória só. A gente cresce pra dentro e por todos os lados. A vida se auto-interpreta. É preciso saber ler nas entrelinhas. O aviãozinho flagrado nesta imagem segue como minha trajetória. E as minhas reflexões também. Enquanto a gente observa voar, segue seu rumo. Vai. Ao ir, foi-se. Contudo, há de surgir em forma de resposta quando menos se esperar...

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Equilibrando-me


Buscar o equilíbrio e a sobriedade em todas as coisas. Não digo que é uma tarefa extremamente fácil, pois não é. Nem todas as coisas se vestem de simplicidade. Pior, nem todas são simplistas. Por um lado isso é bom. Não descansamos, ao contrário, vamos à luta. Caminhamos na existência buscando aprender. Falei de equilíbrio e sobriedade pensando no tempo gasto ultimamente com a virtualidade (hã?). Já encontraram uma daquelas máximas orkuteiras “Saia do Orkut e leia um livro!”? Pois, é. Tô levando a idéia a sério. Trata-se de uma idéia envernizada de literalidade. Não, não sou adepto das literalidades. É por conta delas que esquisitices surgem no dia a dia, a começar pelas formas de comunicação. Massacres também foram realizados na História [e ainda continuam sendo!]. Como diria um amigo meu, mestre em História: “isso é o ó, Cardo!”. Não é dessa literalidade hermenêutica que me refiro. Aqui a literalidade se firma pela minha busca de melhores opções: ler um bom livro, escrever e estudar coisas novas. Ter tempo pra investir em mim. Respirar as brisas salgadas do Arpoador... Namorar até que poderia entrar na lista se não fosse a literalidade [!] da escassez de safra com conteúdo... Quem conseguiu, faça bom proveito. Literalmente, “as you want”! Duvido que não seja um excelente investimento!

É por ter gasto mais tempo que deveria, ao menos, a princípio, com programas de relacionamento virtual [Orkut, por exemplo] que deixei de usufruir melhor a sobriedade de meu precioso tempo. Pra mim, no final das contas, foi uma espécie de “desequilíbrio”. Nada que não seja reversível mesmo considerando que “águas passadas não movem moinhos”. O que importa é o instante “agora”. E agora quero mais é reequilibrar os ponteiros. Tempo já separei. As leituras já estão em andamento. As linhas é que continuam sendo paridas num texto daqui e dali conforme o vai-e-vem dos meus dedos sobre as teclas do PC. Uma leve interrupção. O telefone toca. Até as sensorialidades merecem equilíbrio nestas horas. O teclar que engravida as letras descansa. Hora de ouvir. Depois, retornarei. Perfeito - e equilibrado - pra mim...

Ser diferente é...

Tá bom, vou explicar. Não se trata desses clichês de outdoor. É que ontem, plena madrugada, em meio a um chá de limão pra curar a coriza, assistia ao drama americano “Prayers for Bobby”. Não deu jeito. As narinas entupiram de novo. Confesso, sou emotivo. Teve cena que não deu pra segurar. O retrato de uma família tipicamente americana religiosa fundamentalista e cristã. Sigourney Weaver representou bem o papel de Mary Griffith, mãe vitimada pela própria “religious education”. A fé cega a transformou [ou piorou] no que se vê durante boa parte do enredo até uma mudança de olhar [o olhar é interpretar a vida, disse uma vez neste blog] fazê-la enxergar a vida com luz. Há uma espécie de reinício. Não poderia ser diferente. Nada me soou estranho. Sei do que falo. Gostei do depoimento da Srª Griffith ao final ao dizer que desde a concepção ela, como mãe, sentia que seu filho era apenas diferente. Não houve qualquer simplismo na sentença. É preciso assistir ao filme para entender a inteireza do significado. O aprendizado dela – e de muita gente que conheço – passa, na maioria das vezes, por aquilo que a sabedoria judaica chama de vale de ossos secos [em referência à trajetória do profeta hebreu Jeremias].


Congresso Nacional aprova ajuda

São mais de 1.500 homens de nosso Exército no [devastado] Haiti. Mais 900 seguirão nesta semana e outros 400 ficarão em espera para seguirem a qualquer momento. O nosso Governo disponibiliza R$350 milhões do orçamento para ajuda naquele país. O Congresso aprova as medidas. É o que leio na nossa imprensa enquanto assisto a alguns vídeos postados de correspondentes estrangeiros...

Lembrando que há várias formas de ajudar sem sair de casa. No Rio de Janeiro, a ONG Viva Rio (que mantém um posto de atendimento no Haiti) recebe doações pela conta-corrente 5113-6 do Banco do Brasil, agência: 1769-8 [Fonte desta informação: site do RJTV].


domingo, 24 de janeiro de 2010

A dimensão virtual


Mergulhando um pouco na dimensão virtual sei que alguns a defendem com unhas e dentes. Sei dos avanços que nos facilitam a vida. O tempo urge [sobretudo o cotidiano nos grandes centros urbanos], sei disso. Eu mesmo já cansei de ser beneficiado, desde pagar contas e verificar extratos, a ler obras e pegar resultado de exames laboratoriais, sem contar no envio e no recebimento de documentos importantes pelo âmbito profissional da coisa, entre centenas de outras facilidades proporcionadas pelos caminhos virtuais. Mas, convenhamos: nada substitui a presença. Falo em todos os aspectos. Há sempre mais um que quando se está presente, quando se olha no olho. Se falarmos em termos de relacionamentos, então... putz! A virtualidade é mero aprendiz!

Não sou crítico da virtualidade, reconheço suas benesses. Só não sou entusiasta. Gosto de deixar minhas marcas no universo virtual; afinal, é inegável o alcance dele [ainda que comparado à realidade de um anúncio boca-a-boca]. Gosto de semear caracteres, mesmo duvidando de alguns ambientes receptivos. Mas não substituo alguns aspectos das dinâmicas do meu cotidiano pelo bom papo “live” e em “high definition” na realidade. É por essas e outras que o tal de eme-esse-ene [e similares] nunca me seduziram. No Brasil a Google está com tudo e não está prosa. Orkut é a maior rede de relacionamentos on line da pátria tupiniquim. Gasta-se [ou perde-se?] horas diante da telinha trocando impressões, montando álbuns da última balada, photoshopando uma olheira daqui e dali, um pneuzinho daqui e dali, enfim, maquiando o que pode [e o que não pode] a fim de aparentar o que não se é de fato.

Conteúdo? Até os que dizem gostar, rendem-se às seduções das aparências do que nunca foi. O processo de auto-engano é viciante na virtualidade. Tem gente que foge da realidade, literalmente. Outros tantos precisam – quase desesperadamente – dos sonhos projetados; do contrário, sobra a realidade do que se é. Mas será que o que se é é tão apavorante assim? Por que projetar é mais “divertido”? Aparência ,como já diz o termo, é apenas o que aparenta ser. Não é. Aparenta. E se apenas aparenta, tudo volta à estaca zero: não é. Ponto final. Agora, vá lá se entender porque “não ser” fascina tanto!...

Cyber-amor

Falando mais sobre os processos de relacionamento na virtualidade a professora Ana D”Araújo escreveu um artigo interessante; na verdade, é o retrato do que se vê na construção cotidiana dos afetos [frágeis] pela telinha do PC. Segue uma palhinha de um pequeno trecho em duas imagens logo abaixo.




Quem estiver a fim de ler o restante do artigo, clique aqui.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Me pergunto “pra quê?” de vez em quando



Andar de terno e gravata pelas ruas do Rio nesses dias, putz, “ninguém merece”, diriam alguns. Dia desses saí do Fórum e me deparei com um relógio digital que informava 48ºC. Não pirei, era fato. Sentia na pele, literalmente. Estava completamente ensopado de suor. Um horror! Minutos depois, conferi num outro relógio, a caminho de outro bairro: 44ºC. Confirmado: o calor tá "over" neste ano! "É fruto do aquecimento global, coisa de nossa irresponsabilidade!", sentenciou uma amiga que estava ao meu lado.


Tudo bem. Calor até que é bom, dá um ar menos carrancudo às estações, mas alto lá: 40ºC em diante!? Pra quê?

Axé pra todos

Dia 21 passou, mas não posso deixar farelos em branco pelo Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. A data foi oficializada pela Lei nº 11.635, de 27 de dezembro de 2007, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Se falamos tanto em democracia, ou seja, participação de todos (o povo) nas dinâmicas do Governo (ao menos em termos de representatividade e, sobretudo, em relação a direitos), então não podemos nos calar diante de uma conquista social: o legítimo direito do outro crer ou não crer. Evidentemente que o cunho de tudo desenvolve-se a partir da liberdade, um bem sem precedentes. Liberdade de coexistir, “apesar de”. Não importa. Ser livre não é privilégio. É direito. Garantia constitucional. Todos somos alvos! Claro, nem todos se dão conta...

Sobre a tragédia no Haiti




O viver ainda que


“Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver”.



Cora Coralina in “Assim eu vejo a vida”



O olhar a partir de mim


Creio tanto na vida que me impossível deixar de ver luz ainda que todos só enxerguem o caos. Olhar a vida com bons olhos é interpretar o mundo a partir de mim...



A imagem


Redjeson Hausteen Claude, a criança de dois aninhos salva em meio aos destroços provocados pelo terremoto no Haiti, uma das piores tragédias mundiais nos últimos cem anos. O detalhe é que o emocionante resgate se deu dias após a tragédia quando as chances de encontrar-se sobrevivente diminui a menos de 20%... um milagre!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Ensino e desejo





Uma lição temperada:

A lição de um grande Mestre era: "Onde você coloca o sal?”
E os discípulos passaram a refletir...


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Para 2010...

Meu desejo é que neste ano o amor se fortaleça no coração dos amantes e que tal força devolva as pessoas à vida com a simplicidade do sal e da luz. Ou seja, com sabor e boas obras.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Do lado de dentro das casas


Transformamos a força das águas e a dos ventos em energia que ilumina muitas cidades. Construímos pontes, aproximando gente e desenvolvimento. Modificamos genes para facilitar tratamentos os mais variados, um grande avanço para a indústria farmacêutica. Inventamos as mais surpreendentes facilidades para comodidade (e necessidade) de muitos, de cadeiras de rodas computadorizadas a tevês de plasma (que, por sinal, já estão ultrapassadas diante da chegada das TVs de LED, com sua extraordinária tecnologia com milhares de pequenas luzes coloridas sobre a tela que acendem de forma independente). Escolhemos nossos representantes no Poder Executivo com um toque de teclas, visualizando a imagem na tela. Por falar nisso, diz-se que em dez anos todo o país estará cadastrado para a votação biométrica. Criamos leis que contemplam garantias jamais imaginadas para muitos (que o digam os Estatutos da Criança e do Adolescente, o do Idoso, a Lei Maria da Penha, entre outras), embora saibamos que ainda há muito o que garantir. Assim se dá com os costumes, que também modificam. Pedir a bênção aos pais (e a qualquer parente mais velho) já não está em voga. Um “oi” já é o suficiente. Oferecer o lugar aos idosos no ônibus ou mesmo no metrô é quase um esforço hercúleo daqueles típicos de um insofismável favor a ser feito. Calças ao estilo boca-de-sino foram um “must” nos anos setenta, ressurgido com ares “fashionist” uns tempos atrás. Enfim, nossos modos mudam de acordo com a superação de paradigmas e o que se poderia chamar novo entendimento das coisas e das pessoas.

Nossas relações acabam sentindo o reflexo de tudo isso. O comportamento – ou hábito – muda. Para os de temperamento belicoso, a arte da guerra sempre será uma arte. Arte? É o que eles dizem... E assim convivemos com “armas químicas e poemas”, como canta a banda Engenheiros do Hawaii.

No entanto, para os amantes da vida, seja a própria, seja a do outro, nenhuma poesia superará o Bem que os raios de Luz evocam quando invadem o ser. “Se teu olhar [na vida e acerca de si mesmo] for bom, todo o teu corpo será luminoso”, disse Jesus há uma porrada de anos atrás. Tal como a força dos raios de luz, a alegria e otimismo fazem uma revolução de poder inalcançável. Como entendo-percebo-discirno que “ser” é muito mais que apenas “estar” alegre, posto que a primeira independe das circunstancialidades (é uma de-CISÃO), não sei acerca dos outros, mas eu não posso permitir que as janelas do ser se fechem para essa energia. Minha inspira-AÇÃO para este novo ano é a de enxergar o Bem e o Bom existentes ao redor de mim. Não apenas isso, mas convidá-los pra várias revoluções do lado de dentro!

Alguns podem pensar que estou mais otimista. De fato, é assim que me sinto neste início de 2010. Quero dar esse “start” com dedão direito pra que assim prossiga ao longo do ano. Todos temos corredores do lado de dentro. Percorro os meus procurando abrir as janelas. Mas, voltando ao ano em si e o que espero dele, minha prece é a mais simples possível: que em 2010 não faltem pores-de-sol do lado de dentro de nossas casa-ser. E seja assim nas circunvizinhanças. O Bem que a mim desejo, igualmente o desejo em todas as casas. Do lado de dentro, dos corredores aos porões! Sem exceções, obviamente...

Let the sunshine in!

sábado, 2 de janeiro de 2010

Em 2010...


Zero hora. Abraços e pirotecnia esfuziante. Virada de ano. Virada de página também? Cada qual saberá de si na delícia do ser, já dizia Cervantes. Sobreviventes dos paradoxos de 2009, chegamos incólumes em 2010! Voilá!

Depois de algum tempo sem vir nesta praia blogueira [“mea maxima culpa”!], banho-me a partir de uma espécie de marco zero (ou quase isso). É que recentemente formatei meu PC. O pior não foi o tal vírus Win32, mas sim o fato de não ter feito backup de todos os meus arquivos, incluindo-se – ó céus!!! – os meus textos paridos neste blog! Sinto-me como se estivesse em apuros com minha própria ignorância, a de ter ignorado vários arquivos na hora de fazer backup! Mas não adianta chorar pelo leite derramado nem pelas letras derramadas como leite. Derramou. É verbo. É pretérito. E daqueles perfeitos de se ler!

Fico pensando como é a vida quando a gente pensa em oportunidades. Não é tão diferente, suponho. Nem todas voltam. Aliás, não voltam. Elas são únicas. E mesmo que se levantem os otimistas por patologia endêmica, assegurando que sim, ainda assim serão únicas; no máximo, um pouco semelhantes. Pensando em vida, me satisfaço em saber que a existência é esta. A vida tem muitos cenários, embora seja uma só em todos eles. Vida e ser pra mim se fundem. É por isso que são únicos (tais como as oportunidades).

Zerei todos os meus cenários interiores, que eram múltiplos e todos distantes do que de fato queria pra mim. Zerei para festejar com champanhe meu recomeço. Não, não foi agora que zerei. Tem já algum tempo atrás. História recente, mas minha. Estou pronto? Já posso fazer “backup”? Certamente que não! Sou um produto humanamente inacabado, construindo-me enquanto aprendo no caminhar desta existência. Nada de “backup”. Cópias de mim pra nada serviriam. O novo e, portanto, o recomeço se auto explicam pelas mudanças emprestadas. Tudo é inédito. Nem mesmo o sorriso dado enquanto festejava a virada de ano foi igual ao do ano anterior. Nada é absolutamente igual. Nem a vírgula no final da idéia. Tem sempre algo a ser revelado pela idéia seguinte que a torna diferente. Assim somos nós. Assim são nossos cenários. Assim é o olhar que enfatizamos as oportunidades. Eu vivo, particularmente, alguns desses olhares. Olho 2010 com a certeza de que “é possível”. E aqui segue uma infinidade de verbos a serem conjugados dentro deste princípio de recomeço, cada qual a seu tempo: sonhar e colher, buscar e alcançar, chorar e sorrir grato, sentir doer e crescer por dentro, ceder e vencer, repartir e dobrar, oferecer chance e construir pra sempre.

Estou diante de meu PC à zero hora do dia seguinte. O ano começa do zero. Muita coisa nova ta pintando. Muitos sentires dentro de mim também. Que venha o “novo”! Que venha a concretização do novo em mim e em cada um dos que sonhamos com os pés plantados! Se é o ar de recomeço pedindo passagem ou não, não sei, mas o fato é que gostaria de tocar uma música. Qualquer uma e em qualquer instrumento. Tocaria imaginando que ao redor de mim há uma sequência de sons, sílabas e flores em forma de botão. Este é tempo de florescer! Floresce-se a partir do zero? Penso que as sementes diriam que sim; caso não venham a dizer: plantemos do zero!

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