Esteve em cartaz recentemente o espetáculo “Ensina-me a Viver”. A peça foi protagonizada por Glória Menezes e Arlindo Lopes. Adaptado do filme Harold and Maude (1971) — “Ensina-me a viver” foi um dos filmes a que mais me apeguei, tanto que o vi umas três vezes na minha adolescência. E foi durante a adolescência que li a obra. Não cheguei a comprá-la até porque o hábito de comprar livros só foi resgatado na vida adulta.
Na adolescência, porém, passava minhas férias escolares debruçado sobre os livros em plena biblioteca, podem acreditar. Pegava o ônibus e ia ao Centro, na Biblioteca Pública do Estado, bem no meio da Av. Presidente Vargas. Lembro que na hora de fechar, por volta das 19h, a bibliotecária já vinha sorrindo e batendo no relógio de pulso. “Amanhã você volta, tudo bem?”. Sorria e voltava no dia seguinte. A cada período de férias lia umas cinco obras. Foi uma fase que li as obras do Pe. Zezinho de uma vez. Depois resolvi alçar vôos na literatura norte-americana. Gostava de autores desconhecidos e críticos. Foi assim que li “Memórias de uma menina católica”. Em seguida, passei para uma fase mais psicológica, lendo Robert Lauer, Zig Zigliar, Mandino, Colette Dowling, entre outros. Em seguida, descobria-me em novas fases. Tinha entre 14 e 16 anos de idade. Foi um período gostosamente nerdiano de meu ser (risos).
Mas falava de Harold e Maude. No filme, Bud Cort é Harold, um rapaz rico e muito mimado, que tem verdadeira obsessão pela morte. Ele vive simulando suicídios e chega a transformar em rabecão o jaguar que sua mãe lhe dá de presente. A fabulosa Ruth Gordon era Maude, uma velhinha cheia de vida, imprevisível, com muitas histórias, mentiras e idéias mirabolantes. Diga-se aqui, é minha velhinha predileta até hoje. Ambos se conhecem em um funeral e por razões diferentes acabam comutados por um ideal: o de amarem-se. A diferença entre os atores era de 52 anos, mas no filme parecia até mais. Como aprendi com o filme, mais ainda com a obra.
Não sei por que mas acordei com uma vontade enorme de lembrar de Maude. Tem um trecho da obra que fala de pontes, acho-o memorável. Anotei-o numa agenda de 1996. Vou compartilhar porque tem a ver com meu dia.
“A maioria das pessoas vivem fechadas em si mesmas. Moram sozinhas nos seus castelos.
- Bem, cada qual vive no seu castelo – replicou Maude. Mas isso não é razão para não baixar a ponte levadiça e fazer visitas. O mundo não precisa mais de paredes. O que precisa é de construir mais pontes!”
Na adolescência, porém, passava minhas férias escolares debruçado sobre os livros em plena biblioteca, podem acreditar. Pegava o ônibus e ia ao Centro, na Biblioteca Pública do Estado, bem no meio da Av. Presidente Vargas. Lembro que na hora de fechar, por volta das 19h, a bibliotecária já vinha sorrindo e batendo no relógio de pulso. “Amanhã você volta, tudo bem?”. Sorria e voltava no dia seguinte. A cada período de férias lia umas cinco obras. Foi uma fase que li as obras do Pe. Zezinho de uma vez. Depois resolvi alçar vôos na literatura norte-americana. Gostava de autores desconhecidos e críticos. Foi assim que li “Memórias de uma menina católica”. Em seguida, passei para uma fase mais psicológica, lendo Robert Lauer, Zig Zigliar, Mandino, Colette Dowling, entre outros. Em seguida, descobria-me em novas fases. Tinha entre 14 e 16 anos de idade. Foi um período gostosamente nerdiano de meu ser (risos).
Mas falava de Harold e Maude. No filme, Bud Cort é Harold, um rapaz rico e muito mimado, que tem verdadeira obsessão pela morte. Ele vive simulando suicídios e chega a transformar em rabecão o jaguar que sua mãe lhe dá de presente. A fabulosa Ruth Gordon era Maude, uma velhinha cheia de vida, imprevisível, com muitas histórias, mentiras e idéias mirabolantes. Diga-se aqui, é minha velhinha predileta até hoje. Ambos se conhecem em um funeral e por razões diferentes acabam comutados por um ideal: o de amarem-se. A diferença entre os atores era de 52 anos, mas no filme parecia até mais. Como aprendi com o filme, mais ainda com a obra.
Não sei por que mas acordei com uma vontade enorme de lembrar de Maude. Tem um trecho da obra que fala de pontes, acho-o memorável. Anotei-o numa agenda de 1996. Vou compartilhar porque tem a ver com meu dia.
“A maioria das pessoas vivem fechadas em si mesmas. Moram sozinhas nos seus castelos.
- Bem, cada qual vive no seu castelo – replicou Maude. Mas isso não é razão para não baixar a ponte levadiça e fazer visitas. O mundo não precisa mais de paredes. O que precisa é de construir mais pontes!”
4 comentários:
Amooooo te ler, pois consigo te ver,e te sentir... suas palavras são como um termômetro pra mim!
Sobre o "período nerdiano", precisamos de mais detalhes sobre este filme. Estava tão atenta, e de repente o filme foi cortado, ahhhhhh!!! :)
Aguardando cenas do próximo capítulo! Com pipoquinha e tuuudo maisss!!!:)
Beijossss, meu lindo!!!
Filho, que artigo memorável!
Você realmente é um gênio na literatura, seja ela, de qualquer nacionalidade. Vejo o quanto você é conhecedor de tantas coisas...
Sabe, a gente conhece quando a pessoa é culta e agora lendo este trecho onde você rememora um pouco a sua adolescência; suas idas à Biblioteca Pública, tenho certeza que tudo isto foi muito bom.
Um beijo.
Madrezita
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Neidinha: Mais detalhes do período "nerdiano"? Ah, não... hehehe! Lia muito, muito mesmo. Escrevia também, como não poderia deixar de ser. O tempo, de certa forma, estava a meu favor naqueles idos...
Eu te sinto na amizade que se aproxima, mesmo distante! Isto é Graça, maninha! Bom, agora, às pipocas!
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Madrezita: Sou um pouco de ti, sou um DNA ambulante! Nunca se esqueça disso! Mãe inteligente é pouco. Mãe eternamente aprendiz! É o que és pra mim!
Faziam parte de meu roteiro as Bibliotecas públicas do Estado e a Nacional, esta a prima rica. Sinceramente, preferia a Pública do Estado porque podíamos ter acesso às estantes, escolhendo e folheando conforme a obra nos chamasse atenção. A Nacional até hoje só temos acesso ao catálogo informatizado. A obra aguarda-se chegar, após ter sido feito o pedido. Enfim, a primeira me traz contato. Sou um homem de toques, a mãe sabe disso!
Beijos enternecidos de outro aprendiz!
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