segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Processos de paternidade para nosso crescimento


Hoje, pela manhã, estive numa das melhores palestras deste ano. Há cinco meses não via o Caio, a quem conheço – não apenas por ouvir dizer, mas por abraços – desde o início da década de noventa. Esteve conosco aqui neste domingo chuvoso e friorento no Rio de Janeiro. Condições climáticas à parte (deixemos a obviedade carioca para outro momento), nem por isso deixaram de levantar de suas camas cerca de mil e tantas pessoas que lotamos o espaço na Catedral Presbiteriana do Rio.

Sentado ao lado de um casal de amigos, ambos advogados civilistas (tal como eu) a quem não via há uns três ou quatro anos, ouvimos-lhe dizer, emocionado, de sua intensa e fraterna relação parental com o pai. ‘E o que isso tem a ver com a palestra, você pode me perguntar. É algo tão particular de sua família, alguns podem dizer’ – foi o que dialogou conosco. E a partir da pergunta retórica, expôs a conclusão de forma surpreendentemente assertiva (e não menos bela) sobre os processos de paternidade numa relação de caminhada com nossas formas de amor, controle e infantilização. Eu viajei em tantos argumentos construídos com tamanha simplicidade que desisti de ficar anotando. Ouvir seria mais enriquecedor. E o foi.

‘Nossos problemas são apenas meios que nos possibilitam o crescimento interno, pra dentro de nós enquanto indivíduos. Numa relação transcendental com Deus não é diferente. Se Ele é o paizinho a quem muitos cristãos se referem, então, existem etapas no cuidado com seus filhinhos. Quando a gente se torna adulto e, de repente, cai em meio a uma depressão que nos silencia a alma a ponto de acharmos que estamos absolutamente entregues à solidão, desamparados por todos, enganamo-nos. Não estamos vivendo solidão, mas, no máximo, aprendendo a crescer na solitude. Solitude sim, e nunca solidão.’ E tantas foram as demais palavras que, sinceramente, resolvi silenciar a fim de gestar novas idéias para futuros posts. Aprendi algumas lições. Não poucas. Foi-me o bastante para um dia inteiro. Quiçá para muitos outros não menos inteiros...

4 comentários:

Anônimo disse...

Olá meu filhote carioca!
Fiquei super feliz quando recebi seu torpedinho dizendo que estava dentro da Catedral Presbiteriana ouvindo o Caio. Sei o quanto você o admira, convivência de muitos anos,idas no Café com Graça, etc... Se pudesse teria saído daqui de BH e ido nesta palestra. Tenho certeza que você assimilou tudo que foi falado e de tudo saiu este "farelos e sílabas" tão bem escrito e claro, linguagem de um excelente advogado cívil. Parabéns meu filho, você é e será sempre muito especial para esta mãe e para muitos que têm a felicidade de conviver com você.
Um beijo grande no seu coração.
Su madrezita, ANNA MARIA

[Farelos e Sílabas] disse...

Ô, mãe, ô, mãe! Só me enriquece saber que, se possível, teria estado comigo. Por que digo isso? Porque sei o quanto também iria gostar. Por várias razões.

Beijo saudoso del hijito

ladyneide disse...

Maninho querido!

Você me ensina tanta coisa, e me esclarece tannnntasss outras...

Sou uma privilegiada por ter vc em minha vida!

Beijossss q te amam! :)

[Farelos e Sílabas] disse...

...

Somos aprendizes uns dos outros.

Eu tenho tanto a aprender com teu sorrir-viver!

Continue me ensinando, prometo me esmerar!

Beijos do maninho que te ama tantão assim ó!

...

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