“Alguns escrevem pela arte, pela linguagem, pela literatura. Esses, sim, são os bons. Eu só escrevo para fazer afagos. E porque eu tinha de encontrar um jeito de alongar os braços. E estreitar distâncias. E encontrar os pássaros: há muitas distâncias em mim (e uma enorme timidez). Uns escrevem grandes obras. Eu só escrevo bilhetes para escondê-los, com todo cuidado, embaixo das portas”.
(Rita Apoena, in Bilhetes)
6 comentários:
Fala Cardo!
Procurando no Google uma figura de farelo para um post meu te achei por aqui.
Bom te ver bem.
Do que seriam os farelos sem os pombos...
Abração
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E aí, Leo! Há quanto tempo, não?
Surpresa boa! Valeu pelas palavras que te cercam!
E do que seriam os pombos sem gente com boa coração...
Abraço retribuído na mesma sintaxe!
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E por falar em bilhetes debaixo da porta...
"Soy hombre:duro poco
Y es enorme la noche
Pero miro hacia arriba:
Las estellas escriben.
Sin entender compreendo:
Tambien soy escritura
Y en este mismo instante
Alguien me deletrea". (Otávio Paz)
Em dia, Deus soletrou a criação...soletrou o dia e a noite, soletrou a terra e a água, soletrou cada e todas as criaturas... até que soletrou a humanidade.
Quando nascemos, nosso horizonte é cheio de esperanças... Na medida em que crescemos e nos aproximamos do fim de nossas vidas, nosso horizonte vai se enchendo de lembranças. O tamanho da nossa felicidade corresponde ao número de esperanças que tornamos lembranças... (...), seja, enfim, na direção do tornar lembranças verdadeiras as esperanças mais humanas que você, um dia, vislumbrou no horizonte da sua história. Seja feliz, mãe!
Filho, este foi um bilhete que encontrei debaixo da porta do meu quarto, certa ocasião, escrito pelo Paulinho. Hoje me veio essa lembrança tão doce.
Um beijo, meu filho.
Sua mãezinha, ANNA MARIA
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Peraí, só um pouquinho:
"Deus soletrou a criação...soletrou o dia e a noite, soletrou a terra e a água, soletrou cada e todas as criaturas... até que soletrou a humanidade."
Deixa eu ficar quietinho só te lendo, mãe? Prometo que não farei barulho. É tão bom te ler, saber que existe...
Sem palavra. Vou repetir o ato do Paulinho por cima da porta [virtual de um post]. É que, de repente, me deu uma vontade de verificar minhas raízes...
Liga não. Hoje, tô assim que nem sei. Beijo enraizado!
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Eu adoooro a Rita Apoena! Minha poetisa lindaaaa...
Ela consegue despertar nosso olhar para a beleza que existe nas pequenas coisas, que deixamos de perceber.
A Ritinha é "danadinha" mesmooo(rs)... Ela sabe o que diz!
De fato, toda vez que venho aqui sinto o abraço do meu vagalumaninho...me faz tãooo bem! :)
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E não é que ela é "danadinha" nas palavras e nos detalhes de cada composição de sílaba! No início da noite estive numa livraria e pensei nela. Aliás, pensei em tantas mulheres que são construtoras do Bem!
Beijo como tijolinho nesta grande construção: minha vagalumaninha.
Paz sobre ti!
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