sábado, 1 de novembro de 2008

Lidando com os desafios, simples ou não


Acordar cedo. Ser pontual. Sair de casa sem café da manhã. Sair de casa sem dar “bom dia” para vizinhos. Pegar objetos com a mão direita. Gostar de celular. Gostar de strogonoff. Acostumar-me com o barulho. Falar pouco. Escrever pouco. Contar fatos sem detalhes. Detalhar sem emoção. Não me emocionar com Maria Callas. Não me emocionar com boas recordações. Não teimar de vez em quando. Não sorrir quase sempre. Não fecundar palavras. Resistir a um abraço. Resistir a um olhar-do-bem. Resistir a uma releitura.

Admitir que meu time está mal. Admitir qualquer coisa sem provas. Ficar horas debaixo do sol. Não gripar quando o tempo muda. Não espirrar quando acordo. Equilibrar-me em patins e até em bicicleta. Dormir com música nos ouvidos (me dá insônia, pois quero cantar e cantar, mas não durmo). Freqüentar baladas (mesmo que seja só umazinha). Dividir espaço com fumantes em plena atividade auto-destrutiva. Assistir apenas uma vez o filme (ou a peça) que gosto. Conjugar o verbo ficar ou qualquer outro que não venha com compromisso. Interessar-me por alguém em especial que não curta Deus. Dizer “não” para quando me for solicitada ajuda ou socorro. Dizer “sim” para quando perceber que há abuso ou perversidade disfarçados de piedade. Não me alegrar com a alegria de meu próximo nem me condoer com sua tristeza. Caminhar próximo do mal e não denunciá-lo. Não respeitar o direito alheio, sobretudo o de ser-se em paz.

E ainda poderia citar mais...


O “ter que”. O “assim como”. Lidar agitadamente com o extremo. Lidar sossegadamente com a injustiça. Não lutar a luta contra qualquer vício. Perceber opinião própria na unanimidade sem naturalidade. Entender o preconceito em quem fala de amor (aliás, entender qualquer preconceito). Assistir a um ser humano sem brio. Ou em profunda miséria, inclusive a do lado de fora. Discernir a malícia do momento-encanto. Discernir a putaria do desejo necessário. Felicitar a impetuosidade desassistida. O calar-se quando se sabe correto. Compreender os motivos da coisificação humana no ser, no ter e no jogar fora. Deslumbrar-me com a sofisticação do lado de fora. Deslumbrar-me com o coisa-alguma, o qual é o que se supõe ser qualquer coisa para fora de Deus (como se, fora Dele, coisa alguma existisse).

Mas irei parar por aqui. É o bastante. Por ora.

Bom final de semana a todos!

Sigamos em paz!


4 comentários:

Robson Schneider disse...

Sim... concordo contigo e me sinto da mesma forma, especialmente em frases específicas.
Abraço e ótimo find

[Farelos e Sílabas] disse...

...

Robson:

Eis os desafios, portanto! Nossos. Como enfrentamos é que tem mais a ver com nossa individualidade.

Seja como for...

Muito obrigado, amigo. Bom saber que caminhamos em boa sintonia!

Bom final de semana pra ti também!

...

Anônimo disse...

Filho,realmente são muitos os desafios que tentamos enfrentar no dia-a-dia e quando chega ao final do dia, não conseguimos nem a metade.
Uma semana abençoada! Beijos da mãezinha.

[Farelos e Sílabas] disse...

...

Mãe:

Sim, é fato. Nem todos conseguimos. Às vezes, a culpa é de tempo; noutra, dos ventos (nem sempre favoráveis).

Mas, prossigamos em fé. Quantas lições a mãe já me passou em meio aos desafios!

Sou teu aprendiz! Sempre!

Beso mio!

...

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