terça-feira, 5 de agosto de 2008

“Bent”: eu te vi!


BENT foi premiada como melhor peça em todos os países em que foi encenada; na Broadway foi interpretada por Richard Gere, em Londres por Ian McKellen e na primeira versão brasileira, do início dos anos 80, por José Mayer.

Para o diretor Luiz Furlanetto, BENT é um espetáculo atual, pois mostra temas como a segregação e o preconceito. “A peça é um pequeno grito de alerta, um SOS, uma oportunidade para de novo refletirmos sobre a importância das desigualdades e das diferenças, sejam pelo credo, raça ou preferências sexuais”, foi o que afirmou.

O diretor também conta que nesses 60 anos que se passaram após o final da Segunda Guerra Mundial, muito se falou e se filmou a respeito do que os nazistas fizeram, em particular ao povo judeu, mas pouco ou quase nada se disse a respeito de um pequeno grupo que, segundo depoimentos, eram mais odiados que os próprios judeus, os homossexuais. Uma explicação de Furlanetto que considerei interessante foi quando disse que “eles (os gays na Alemanha nazista) foram submetidos a todos os tipos de torturas físicas e psicológicas e, mesmo após o término da guerra, não foram reconhecidos na Alemanha como cidadãos até 1969”.

A palavra bent pode significar pendor ou interesse por determinada habilidade artística. Porém, é mais conhecida como um termo pejorativo para designar homossexuais. A perseguição dos nazistas aos homossexuais e o cotidiano sub-humano que enfrentaram nos campos de concentração é o mote da peça BENT, de Martin Sherman, escrita em 1979. Sucesso de público e crítica, o texto ganha uma nova montagem com direção de Luiz Furlanetto – prêmio Shell de melhor diretor pelo espetáculo por Trainspotting. O elenco conta com os atores Augusto Zacchi e Gustavo Rodrigues (que também atuaram nos espetáculos Trainspotting e Laranja Mecânica), além de Rodrigo Pandolfo, Miro Marques, Frederico Lessa, Allan Souza Lima e do cantor Breno Pessurno.

A ação começa no ano de 1934, contextualizando-se em uma época de grande efervescência cultural na Alemanha, associada ao ambiente libertário dos cabarés, então em voga. Nesse período, intelectuais, artistas e outros freqüentadores da noite berlinense, sob influência dos movimentos de vanguarda modernista, parecem ainda alheios às transformações políticas que ocorrem na Alemanha. O espetáculo segue narrando o então início da perseguição nazista e a crueldade praticada contra judeus e homossexuais nos campos de concentração, através da trajetória do personagem Max (Augusto Zacchi).

Ao tentar fugir de Berlim, Max é capturado e enviado para um campo de concentração, não como homossexual e sim como judeu; lá conhece Horst (Gustavo Rodrigues), preso por assinar um manifesto em favor dos direitos homossexuais, com quem vive uma inesperada e secreta história de amor.

No Rio, em cartaz com preços populares no Teatro João Caetano até o dia 15 de agosto. Às 19h, de quinta a domingo.

Nenhum comentário:

Related Posts with Thumbnails