quarta-feira, 2 de abril de 2008

Matemática do descaso


Números são apenas algarismos. Não, são identificadores contábeis. Não, são elementos matemáticos. Não, são resultado e mostra do descaso. Chegamos a triste contabilidade de 67 mortos por dengue no estado do Rio de Janeiro, sendo 44 casos somente na capital. Destes, 32 eram crianças. Todos mortos. Ficou o luto das famílias. Dor não se contabiliza. Lágrimas não se contam. Saudade, quem sentirá?

O descaso a que me referi é simples. Nem em 2002, ano de maior incidência da epidemia no estado, não se via tantas mortes. Em 2007, ano passado, o Ministério da Saúde liberou verba para projetos de prevenção, entre os quais o “médico de família” e o “agentes de saúde comunitária”. Quem contabiliza os milhões repassados porém não investidos? Onde estarão a esta hora? Desvio? Desgoverno? Descaso? Apenas prefixos. São pré-fixos, mas são cifras. Milhares, tanto de reais quanto de vidas infectadas. Fato é que a desgraça não é destino. Nem menos ainda matemática deste 1º de abril.

Nota: na imagem acima a obra “Numbers”.

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