quinta-feira, 10 de abril de 2008

Gatos pardos religiosos, um aviso: cuidado com as DSTs!


Trocando informações com a docência, ainda na PUC, vi pelas estatísticas como são poucos os trabalhos científicos da área social (Humanas) sobre temas relacionados a sexualidade e religião, sexualidade, religião e prevenção a DSTs, etc. Uma pena. Digo isto porque seria uma boa resposta ao silêncio moral que a religião impõe, mas que, a contra-senso, legitima a promiscuidade elevada entre os mais ortodoxos membros da religião. Aliás, é a própria psiquiatria quem assevera que quanto mais moralmente ortodoxo for o ambiente, maiores serão as taras para pervertê-lo na calada, e isto do ponto de vista da sexualidade.

Tenho alguns amigos vivendo nesta ponta afiada do sexo arriscado. Não faz quinze minutos atrás conversei com um deles pelo telefone. Flagrou o namorado com outro na cama nesta semana. Sim, isto mesmo. Não errei no gênero do substantivo. Não me espanto com o fato por várias questões que não vêm ao caso, mas fato é que já ouvi umas sete ou oito histórias assim nos últimos meses. Todos vivendo no mundo da religião. E, por defesa, auto-proteção, escolha, medo ou hipocrisia – depende da história de cada um (ou cada uma) –, se transformando em “gatos pardos durante a noite”. Porém, gatos pardos praticando “barebacking” (sexo sem camisinha com desconhecidos, ficantes, namorados ou namoradas). Imediatamente minha memória me lançou aos dados do último relatório do Ministério da Saúde em que aponta o crescente número de infectados por HIV/AIDS entre os jovens.

Até 2006, foram registrados cerca de 55 mil casos de Aids em jovens com idade entre 13 a 24 anos. Mais da metade desses infectados, 31.355, é do sexo masculino e 23.609 são mulheres. Em 1996, 24% dos jovens entre 13 a 24 anos com Aids eram homossexuais e bissexuais. Em 2006, esse percentual saltou para 41%. O que isto quer dizer? Muita coisa. Todas alarmantes. Os jovens estão transando muito e sem camisinha!

Como uma coisa leva a outra, vi como é aplicável um texto do Caio escrito em meados de junho do ano passado. Intitula-se “Crente de gravata, use camisinha!”. Dele, retirei uns trechos pra compartilhar:

“Hoje se tem que dizer que os cristãos são exatamente iguais ao resto da população em suas crises e problemas, e que, do ponto de vista sexual, são também um dos grupos mais problemáticos, seja porque nada falam sobre o tema, seja porque depois de reprimido o crente solta a franga como poucos, seja porque se acha que basta não falar no assunto que já se está sendo próprio.

O fato é que os crentes transam; e transam muito; e muito errado.

Transam e se culpam. Transam pra casar. Casam pra transar. Depois transam pra escapar o casamento. Ou, então, tornam-se promíscuos, mais que outros, pois, fazem tudo na mais profunda dissimulação, o que faz do ato algo movido aos tremores que animam as taras.

Quando são gays tornam-se os mais promíscuos. Como vivem sob o manto do medo da perseguição e da possibilidade de serem em vida já lançados no fogo do inferno, escondem-se da “descoberta” com mais avidez do que o diabo da foge da Cruz. E, assim, vão de gueto em gueto, de parceiro furtivo a parceiro furtivo, até à Aids e outros derivados; sem falar que muitos se matam.

Desse modo, também são descuidados. Transam sem camisinha. E tem até quem tenha Aids e se considere curado, e que, em razão disso, transa sem camisinha e namora sem informar a pessoa.

Ginecologistas nos dão conta que o número de casos de contração do vírus da Aids está crescendo cada vez mais entre belas e belos jovens de classe média. Todo mundo bonitinho, mas todo mundo sendo carcomido por algo muito ruim para a vida do indivíduo; e dele em sociedade.

Quem vê cara não vê HPV ou Aids. Quem vê cara não vê doença venérea e nem vê pus de gonorréia.

Assim, os que servem dirigindo (os tais líderes) deveriam parar de servir os tabus e passarem a salvar vidas, instruindo-as; pois, se não posso impedir que façam e nem tampouco impedir como fazem, posso pelo menos ajudá-los a fazerem sem se matarem, ganhando assim eu tempo para com eles, na esperança de que o Senhor os leve à sensatez em todas as coisas.

Mas como a “igreja” crê que um tema não tratado é um tema resolvido, em seu silencio e omissão covarde, vai matando seus próprios filhos.

Ora, se crente gosta tanto de paletó e gravata, seria bem mais simples gostar de camisinha!”


Nota: créditos para o cartaz desenvolvido pelo Ministério da Saúde na campanha contra a AIDS entre os jovens.

Nenhum comentário:

Related Posts with Thumbnails