Vista do Forte de Copacabana. O mar é inspirador. Há certas paisagens pra fora de nós que são inesquecíveis. Entrar, caminhar e descansar no Forte de Copacabana. Precisaria estar mais próximo de lá. Melhor. Deveria estar lá a esta hora. Não fui porque uma amiga acabou de chegar e conseguiu me persuadir a mudar de planos. Vamos montar um inventário de bens de uma entidade filantrópica aqui do bairro. Estou de saída. Vamos até a tal entidade. No entanto, registre-se aqui o suspiro pela necessidade de descanso bem juntinho de uma companhia agradável. O mar do Rio de Janeiro. Serve qualquer outro mar, desde que haja paisagem como altar.
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Salve, Jorge: mero pretexto para não dizer que não falei do amor
Mas falando de São Jorge, sabe-se pela história que nasceu na Capadócia no ano de 280. No final do século III, o cristão Jorge trocou a Capadócia, na Turquia, pela Palestina, vindo a ingressar no exército de Diocleciano. Jorge logo se destacou, sendo elevado a conde e depois a tribuno militar. Tudo ia bem, até que as perseguições aos seguidores de Cristo reiniciaram. O rapaz não quis negar sua fé, fazendo com que Diocleciano se sentisse traído. O imperador, então, condenou-o às mais terríveis torturas. E Jorge conseguiu vencer a todas elas. Suportando uma dor atrás da outra, o filho da Capadócia suportou as lanças dos soldados, permaneceu firme sob o peso de uma imensa pedra, obteve a cicatrização imediata das navalhadas que recebeu e resistiu ao calor de uma fornalha de cal. A cada vitória sobre as torturas, Jorge ia convertendo mais e mais soldados. O imperador, contrariado, chamou um mago para acabar com a força de Jorge. O santo tomou duas poções e, mesmo assim, manteve-se firme e vivo. O feiticeiro juntou-se à lista dos convertidos, assim como a própria esposa do imperador. Estas duas últimas "traições" levaram Diocleciano a mandar degolar o ex-soldado em 23 de abril de 303.
Sempre gostei de histórias permeadas de heroísmo. Acho que foi em razão disso que a mitologia grega me influenciou bastante. São Jorge é um caso à parte. Não se trata de mitologia, exceto pelos acréscimos que foram dando robustez ao mistismo. O mais importante dos acréscimos tem a ver com a luta renhida do santo com um dragão a fim de salvar a filha do rei de Selena e todos os habitantes desta cidade líbia. Como tinha que ser – é o que penso –, a lenda apresenta um toque shakespeariano que completa meus apreços ao guerreiro.
Temas como “coragem”, “bravura”, “heroísmo”, entre outros correlatos, me remetem ao nosso sentir existencial sobre as virtudes. Coragem é a mais admirada universalmente. Covardia, por outro lado, a mais desprezada. Voltaire foi um dos poucos que defendeu a coragem não como virtude, mas como “uma qualidade comum aos celerados e aos grandes homens”. Mas a coragem não é moral nem imoral. Ela tanto pode servir para o bem quanto para o mal. Coragem egoísta é egoísmo. Coragem desinteressada é, no entanto, heroísmo. A coragem só é vista – pelo olhar da moral – como algo inteiramente bom quando derramada em atitude voltada para o próximo. Imediatamente me lembrei de um “caminho sobremodo excelente”, no dizer de Paulo, o apóstolo: o amor.
Kant dizia que o amor a si é a fonte de todo mal. Escrevendo a Timóteo, Paulo assegura que “o amor ao dinheiro é raiz de todos os males”. Não importa o foco, penso que o amor egoísta é o amor a seu único bem. Neste sentido, é raiz de todo o mal, pois pouco deste bem – ou nada – deseja a quem quer que seja. Uma existência em-si-mesmada é a antítese do discurso de Jesus, que, resumindo seu ensino, afirmou: “O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei”. O “assim como” é a parte mais difícil. E por quê? Porque requer um sentir de acolhimento tal como o que ocorreu com o Cristo. Requer, ainda, que eu me enxergue na mesma perspectiva de quem for meu próximo. Sem glórias, atitudes egoístas nem auto-ingerências.
Mas, voltando ao tema, a “coragem” é virtude baseada no fazer. Amor e Graça não são virtudes. São dons. Independem do fazer humano. Escapam à tentativa pecaminosa de dizer pra si (e pra Deus) que se está bancando essa ou aquela. Ninguém nunca banca nada em matéria de amor, menos ainda em matéria de Graça. Platão tentou reduzir o conceito de coragem ao saber (no Laques e no Protágoras) ou à opinião (na República). O saber, a sabedoria ou a opinião dão ou tiram ao medo seus objetos. Não dão coragem, dão a oportunidade de servir-se dela ou dispensá-la. Jankélévitch bem viu: “a coragem não é um saber, mas uma decisão, não é uma opinião, mas um ato”.
Escrevo estas linhas num final de manhã em pleno feriado do santo guerreiro. Idéias me pipocaram à mente. Pensei nas virtudes, mas apenas quis utilizá-las para tocar num ponto muito sensível para muitos de nós: as nossas próprias obras justificadoras de nossos atos. O ser humano – e aqui me incluo sem qualquer pudor – é naturalmente inclinado para a tentativa auto-convencedora de que as coisas ocorrem em razão de nossos esforços, ou seja, nossos méritos. Quanto engano! O “justo viverá pela fé”, lê-se em Romanos. A revolução que surge daí quando uma palavra é encarnada no Espírito do Evangelho é infinitamente maior que a coragem de São Jorge diante das lutas pelas quais passou. Nisto o “amor”, de fato, é sem comparação. Afinal, quem pode se comparar a Deus – que é Amor?
Nota: imagem artística de Gustave Moreau, intitulada “São George e o Dragão”
Choros e chorinhos para quem é feliz
Abaixo, como revelação da noite carioca da Lapa, o grupo Tira Poeira:
segunda-feira, 21 de abril de 2008
Rabiscos de domingo
Assisti a duas palestras neste domingo, ambas pelo DVD. Refestelei-me como as idéias surgidas no pensamento. Fiz anotações pra não perdê-las todas. Ato contínuo, oxigenado pelo bem que me faz as letras, cantei os versos de “Here comes the sun” sem nem entender as razões. Foi uma prece lírica. Aproveitei e fiz um backup de alguns programas instalados recentemente. Reorganizei papéis supostamente perdidos. Reli cartas recebidas. Namorei algumas fotos. Encantei-me com minha coleção de selos adormecida. Há muito não a via desperta em cores diante de mim. Minha máxima culpa. O mau uso do tempo continua em conspiração. Preciso separar mais tempo pra mim, digo, para as coisas simples de mim. Isto me alivia algumas pulsões. A simplicidade me alivia a pulsão da alma. É como um banner me lembrando que nem todas as coisas estão para sempre perdidas. Saudades, prazeres e sentires de longa data. Isto não se pode perder. Deixar de aproveitar o que está diante de nós também não. Falo da vida. O resto é mera conseqüência.
O ato de escrever aqui assume ares de despudor ao falar pra mim mesmo algumas vezes. Algo catársico demais, sei disso. Funciona, a propósito. É como um conselho. Quem deles não precisa? Palavra em boa hora são como “maçãs de ouro em salvas de prata” – aufere-se da sabedoria salomônica. Dei uma parada. Causei uma vírgula em pleno instante. Rasguei o silêncio fino. De repente, espirros catapultados pela rinite alérgica ecoam. Vários silêncios são rasgados. Melhor parar de mexer em papéis antigos. O papel que diante de mim está chama-se "agora mesmo". Costumamos dizer que a vida é um livro com várias páginas em branco. Novinhas, novinhas. Vamos escrevendo. E tudo se renova lavoisieramente...
A propósito, alguém aceita biscoitos de chocolate?
Gênios insensatos e burros sábios
“Eu cri, por isso é que falei. Também nós cremos, por isto é que falamos”.
Tem gente que pensa que a qualidade do pensar é determinada pela inteligência. Mas não é assim. Inteligência apenas determina sistemas lógicos, mas não a qualidade do pensar.
A qualidade do pensar é determinada pela fé mediante a qual a pessoa enxerga a existência.
Assim, pode-se ser um gênio e capaz de inventar coisas extraordinárias. Entretanto, ainda assim, ter uma qualidade de pensar insensata.
O que qualifica o pensar não é a inteligência, mas sim a sabedoria!
Ora, sabedoria nada tem a ver com inteligência, mas com gratidão amorosa e reverente para com Deus: o sentido da vida!
A qualidade do pensamento é diretamente vinculada à sua capacidade de ver a realidade e a ela atribuir significados e valores certos.
Alias, quando Jesus disse que “os filhos das trevas são mais hábeis em sua própria geração do que os filhos da luz”, Ele determinava que inteligência, rapidez de raciocínio e genialidade não necessariamente têm a ver com lucidez — luz.
A questão não é ver. A questão é o que fazer ante o que se vê.
O sábio vê o mal e dele se esconde.
O insensato vê o mal e o interpreta como uma oportunidade.
Ambos viram e vêem o mal. Porém, sob a camada do ver, em cada um dos dois — sábio e insensato — existe um olhar que nada tem a ver com o fato da pessoa ser um gênio ou um burro.
Há muitos gênios insensatos e há muitos burros sensatos!
Dois homens vêem uma maravilha da criação. Um deles não se ama, não se vê como tendo significado em relação aos demais seres humanos, e também sem nenhuma vontade de a eles servir pelo amor, mas, talvez, apenas pela chance de ter poder — e olhará para a maravilha que diante dele está, e poderá pensar: “Veio do nada, do acaso, dos dês-sentido”. Afinal, quem verá sentido em qualquer coisa se não o vir antes em si mesmo e em sua própria existência?
Já o outro homem a tudo vê com amor grato e reverente, enxergando sentido até na morte, até na dor, até no até...; e, por isso, diz: “Que maravilha! Eu e ela somos filhos do mesmo amor!”
Ora, tal homem não viverá no mesmo mundo do outro observador da maravilha, mesmo que estejam perfilados vendo a mesma coisa estupenda!
Quando o salmo diz “na Tua luz vemos a luz”, afirma que existe o que vemos, mas que isto é determinado pelo como e mediante o que vemos tudo, até a própria luz.
Quando se diz que Jesus seria objeto de contradição, se afirma também a mesma coisa, pois, o mesmo Jesus, visto em amor, é o Salvador; porém, visto sem amor, é apenas uma miragem buscando ser real, mas sendo vencida pelas forças do mundo real.
Ora, se meu pensar é determinado pelo meu crer essencial, o qual se vincula ao meu ver-sentir com ou sem amor e gratidão a existência [a partir da minha própria] — então, é sensato afirmar que a qualidade do crer que designará a qualidade do pensar, é equivalente ao vinculo que o crer tenha ao amar; pois, sem amor, não existe sensatez em nenhum olhar para si mesmo e para a existência.
A tentação do gênio, do filósofo, do cientista ou do vaidoso intelectual, é sucumbir à falácia de pensar que se pensa com o pensamento, esquecidos de que se pensa essencialmente com o coração, até quando alguém nega ter um.
Não existe razão pura entre os homens, mas apenas certa pureza de amor que qualifica certa pureza de pensar.
E tanto mais quanto o ver-pensar essencial seja definido pela fé que atua pelo amor, tanto mais limpo em sensatez será o olhar humano — seja o do gênio ou até mesmo o do burro.
Pense nisso!
Caio
domingo, 20 de abril de 2008
Dos rótulos
Quando se rotula alguém quase sempre o alguém passa a ser o rótulo. Eu mesmo me sinto tal - o rótulo-em-si, não propriamente a mim mesmo. Nestes casos, o rótulo passa a ser a projeção andante de mim. Ele me forma, e não o contrário. Hoje em dia pensar em defender qualquer coisa é, por si, rotular-se. Ninguém mais pode dizer qualquer coisa fruto do raciocínio (tão sadio e cada vez menos exercitado), pois corre-se o risco de ser rotulado pelo que argumenta (e nem sempre um argumento é uma defesa). Os rótulos dependerão sobre a que tema se possa argüir, refutar, transigir ou parecer defender. Se, por exemplo, falo de processos de individualização com consciência de ser-se quem se é, lá vem o rótulo de bancar o “transparente”. Os fatos – e, neles, a verdade – esmorecem diante das forças acusatórias das máquinas de rotular. A insígnia é o que prevalece. Se disser alguma coisa mais de uma vez sobre determinado tema, eis-me alvo dos rótulos.
Dia desses defendi a “idéia” do livre acesso à Verdade, que, pra mim, condensa-se em Deus (e aqui falo de mim, independente do que possam pensar a meu respeito) pra alguns me rotularem por fazer “apologia” da categoria de pessoas que defendia o livre acesso. Não por elas, “porque não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher; porque todos vós sois um” [Epístola aos Gálatas 3], mas sim pela largura de qualquer dimensão de aceitação ou não. Falava de pessoas e me emputecia com o pseudo-vanguardismo de alguns pensadores espiritualizados que, na verdade, revelava-se uma fôrma de velhos sentires-e-pensares untada a uma tolerância mediana ante à diversidade. Diante do quadro, nada mais insosso: a “mensagem” que defendiam resguardava um remendo novo em tecido velho – o hábito de rotular o pensar e o sentir alheio.
Estranhamente preferi não alimentar qualquer discussão. Aprendi que o silêncio fala eloqüentemente quando não abrimos mão de nossas razões. Deixei que observassem minhas falas com minhas ações na vida. Se elas ainda assim nada lhes falar, que mantenham-me rotulado. Sigo um princípio sobre a verdade baseado numa argumentação de Paulo em II Coríntios 13: “Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade”. Nem os rótulos escapam diante da verdade. E olha que isso não se trata de apologia vária, princípios de ordem jurídica ou regra social. Apenas uma informação dessas que a gente não ousa brincar.
sábado, 19 de abril de 2008
Naturalidades e normalidades
Refleti em tudo que nesta noite ouvi. Pensei um pouco sobre as escolhas que fazemos. Pensei sobre as conseqüências das escolhas que escolhemos pra nós. Quantos não se perturbam com a colheita de suas ações? Somos quase todos assim. Plantamos sementes, mas nem sempre queremos enxergar os frutos-resultados na colheita. A vida é a semeadura acerca da qual tantas vezes falei por aqui. Vida e semeadura se misturam em conceitos práticos. O chato na vida, podem dizer alguns, é que nem sempre queremos esperar pela colheita. Não falo de ansiedade, mas daquelas curiosidades molecas e festivas. É normal. Viver é normal. Plantar e colher – o princípio da ação e reação ensinada pelos físicos desde Newton – também deve ser normal.
Mas o que é “normal” em se tratando de seres humanos? Boa pergunta. Fez-me lembrar “O Alienista” de Machado de Assis e sua crítica à postura cientificista de sua época (que não via o ser humano na sua integridade, como um todo entre corpo e emoções). Na obra machadiana, os loucos foram soltos do hospício por serem vistos pelo ângulo da normalidade declarada. Normal, às vezes, é o que chamo de natural. É algo proposital depois de ler num fórum que participei na Internet umas palavras intransigentes sobre significados de “anti-naturalidade”. Dia desses qualquer contarei melhor a respeito. Prossigo minhas reflexões me ventilando ares questionadores. E o que é anti-natural pode ser visto como anormal? Nem sempre, penso. Depende do olhar de quem vê. Tem a ver como você e eu encaramos as sementes que temos nas mãos. Pra mim, anti-natural é insistir no que é declaradamente equivocado. E quem declara que é ou não é assim e assado? A própria experiência. Basta ter olhos pra ver. O amor nunca será equivocado. Barganhá-lo sim. Quem barganha amor é porque desconhece o que seja. O amor é livre. A liberdade é natural. A prisão é anti-natural. Viver preso não pode ser normal. Sei que não falta é gente que caminha na anormalidade. Não falo de loucura. Falo de aprisionamentos no ser. Mas sei que o amor liberta quem ama. Lembrei de Adélia Prado: “Amor é a coisa mais alegre, amor é a coisa mais triste, amor é a coisa que eu quero.”
Dez ou quinze minutos se passaram. A chuva apertou e o que antes era sinfonia, perdeu-se em meio ao espalhafato daquelas onomatopéias de gotas, pingos, poças e timbres desconcertantes e desconhecidos. Meu coração tá repleto de considerações depois daquele papo. Fechei a janela porque a paisagem branqueou com a chegada de vento e chuva intensa. Gosto de janela aberta, mas fechei-a. Era preciso. Muitas vezes é preciso fechar janelas pra evitar incorrer nos mesmos erros. Falei isso pra meu amigo. Ele se julga preso na sua própria prisão. Tem a ver com alguns temores dele – temores sociais. Ambos encerramos o papo com acordos velados de não perfurar mais as sementes apresentadas. A vida é realmente uma semeadura muito particular e tão harmoniosa quanto pingos ritmados de chuva no telhado. Continuei no pensamento depois que se foi. Porém, não me mantive preso a ele. Sequer me mantive preso a dar explicações dos meus porquês quanto a ter escrito o que escrevi. Este é o preço da liberdade. A naturalidade de ser simplesmente normal. Até mesmo pra se dizer “fechei a janela” por ora. Deixemos a chuva passar...
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Comigo, contigo, com cada um de vocês
Daí, me lembrei do que, no texto, faz o Senhor referir-se com a segurança demonstrada: Ele estaria pra sempre conosco. Se Deus é amor, portanto, está onde houver amor sendo manifestado. Seja em que língua for e nas ações de quem quer que seja. Pra satisfação dos misericordiosos e pura inveja dos inchados de coração, o amor não tem nacionalidade, religião, epiderme, partido, classe social, sexo, “Q.I”, nada.
Como uma coisa sempre liga a outra, lembrança vai e vem e eu me lembrei de aprofundar minha reflexão no “contigo” (ou “convosco”, como queiram). Fui circunstancialmente convidado a uma maior abertura de com-FÉ-ança. É porque só quem crê que é pra sempre que o Senhor estará conosco que pode viver em paz com o que se tem de mais precioso: a nós mesmos. Inteirinhos!
Assim é que vivo oxigenando meus sonhos com ares de com-FÉ-ança nas certezas que carrego quanto à FÉ-delidade Dele pra comigo. Ele acredita mais em mim que eu mesmo! É ou não é um grande estímulo?
“With You” no vídeo abaixo é apenas pra ilustrar alguns cenários que construo toda vez que me lembro do “convosco” (se bem que prefiro o intimismo “contigo”) no texto que li em Mateus 28. Quem ergue cenários confiantes, respaldados no que Ele disse pra se crer, tende a se inspirar com qualquer coisa, até com as coisas inspiradoras como a canção na voz do “cover” de Chris Brown (Alejandro Manzano). Boa performance. Alias, boa como o próprio arranjo nas mãos do Manzano. “Contigo”. É pra cada um de vocês!
sábado, 12 de abril de 2008
Flores do Caminho
Ainda estou em processo de observação, não apenas do método e do discurso, mas sobretudo da “práxis”.
Oro a Deus como um suspiro de esperança que canto no meu íntimo de que ainda existam espaços-ambientes-consciência dentro dos quais gente cansada e sobrecarregada possa aliviar seus fardos existenciais na dimensão imensurável que a Graça é capaz de propiciar. Que o que me parece propósito em servir como um oásis, uma espécie de estação, no qual qualquer pessoa possa – em tese – sentir-se à vontade para expressar sua fadiga com o mundo, sobretudo o mundo das aparências, seja de fato uma ambiência comum-unitária, não um fim-em-si-mesmo. Que sementes caiam nos corações-terras-férteis, germinem e produzam frutos de justiça, mas jamais a justiça própria. Que das sementes nasçam muitas flores e que a acolhida dessas flores seja diversificada apenas pelo fato que as flores são diversificadas não por uma anti-naturalidade, mas sim porque assim o é desde a Queda (os que quiserem questionar que questionem ao Criador).
Que a boa semente seja – como sempre será – a boa Palavra. Um alimento e tanto quando dissociada de culturas, moral e auto-ingerências!
Que toda a propalada “liberdade”, de fato, mostre-se como efeito de Graça para o viver que agora não mais vive para si, conforme Paulo um dia creu, não se prendendo a velhos paradigmas (institucionais), muito menos aliciando gente boa a teimosia de considerar que se está reinventando “oásis” com nomes mais “cults” para alegria do ego, porém para tristeza do Bem que o Evangelho produz nas mais diversas flores, flores livres – todas elas propriedades exclusivas – do Caminho do Semeador.
NOTA: a imagem de uma flor nascendo em meio as grades me tocou profundamente. Afinal, nada pode impedir o agir de Graça Daquele que ama a todos.
sexta-feira, 11 de abril de 2008
Metamorfoses do dia a dia
E por que a vida não é tida como um fabuloso experimento onde se aprende a caminhar-existir-viver? Tava reparando como tem neguinho que nem sente que ta vivo. Vive-se apenas. Todavia, não se trata daquele viver digno de quem se alimenta de fé ou de gana pela vida, mas um viver insosso, sem aprendizados.
Entendo que existem três tipos de pessoas: as que erram e aprendem com seus erros; as que erram e não aprendem com seus erros e aquelas que erram e aprendem até mesmo com o erro dos outros. Estas, pra mim, são as mais sábias. Aprendem a evitar o erro em si mesmas, a insistir em transformar-se para melhor. Quando falo em trans-FORMA-ação, quero também dizer que nada fica parado enquanto se vive. Nem nós mesmos. Mudar é agir na direção de algo diferente. É muta-ação. Mudamos pensamentos, idéias, roupas, perfumes, namorados(as), corte de cabelo, curso na faculdade, religião, ator predileto, casa, apartamento, passaporte e bronzeamento de pele. Só não se muda o que não pode mesmo. Aquilo que somos de fato – alma – não se muda. Nossas impressões digitais também. Diga-se o mesmo em relação a íris dos olhos. De resto, muda-se. Desejar mudar é que são elas. Quantos não querem mudar para melhor? Parece óbvio, mas não é. Muita gente não muda nunca. Muita gente teima em não querer ver na vida grande oportunidade de aprendizado-crescimento-no-ser.
Boa parte de nós imaginamos as dores, até mesmo as tragédias, como algo sem fim em si mesmo. Não é. Aprendemos a nos superar com elas e através delas. Aprendemos tanta coisa, não apenas a chorar e nos conhecer mais, mas a valorizar coisas ou situações (pessoas também) que não valorizávamos. Aprendemos a confiar mais. Aprendemos a amar mais, a começar a vida que levamos, a família que construímos, os valores que antes não eram valores pra nós. Crescemos com as mudanças. Um crescimento vertiginoso pra dentro de nós mesmos. Uma revolução no nosso mundo. Daí é que entendo “mas transformai-vos pela renovação de vossa mente”, lá da epístola de Romanos 12, como possibilidade de experiência daquela a cujo respeito chamo de “boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. A que eu cresça, apareça e mostre-me por inteiro ao mundo. Mesmo que não me reparem. O que vale é o que meu mundo interior me diz, pois o que ele disser em paz comigo mesmo é o que chamo de caminhar seguro. As transformações (ou metamorfoses) do dia a dia conseguem esse barato todo: solidificar meu caminhar na estrada-vida. Isto é ação com resultado. Uma coisa dessas é Graça mesmo que nem eu mesmo entenda direito pra que serve.
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quinta-feira, 10 de abril de 2008
Gatos pardos religiosos, um aviso: cuidado com as DSTs!
Tenho alguns amigos vivendo nesta ponta afiada do sexo arriscado. Não faz quinze minutos atrás conversei com um deles pelo telefone. Flagrou o namorado com outro na cama nesta semana. Sim, isto mesmo. Não errei no gênero do substantivo. Não me espanto com o fato por várias questões que não vêm ao caso, mas fato é que já ouvi umas sete ou oito histórias assim nos últimos meses. Todos vivendo no mundo da religião. E, por defesa, auto-proteção, escolha, medo ou hipocrisia – depende da história de cada um (ou cada uma) –, se transformando em “gatos pardos durante a noite”. Porém, gatos pardos praticando “barebacking” (sexo sem camisinha com desconhecidos, ficantes, namorados ou namoradas). Imediatamente minha memória me lançou aos dados do último relatório do Ministério da Saúde em que aponta o crescente número de infectados por HIV/AIDS entre os jovens.
Até 2006, foram registrados cerca de 55 mil casos de Aids em jovens com idade entre 13 a 24 anos. Mais da metade desses infectados, 31.355, é do sexo masculino e 23.609 são mulheres. Em 1996, 24% dos jovens entre 13 a 24 anos com Aids eram homossexuais e bissexuais. Em 2006, esse percentual saltou para 41%. O que isto quer dizer? Muita coisa. Todas alarmantes. Os jovens estão transando muito e sem camisinha!
Como uma coisa leva a outra, vi como é aplicável um texto do Caio escrito em meados de junho do ano passado. Intitula-se “Crente de gravata, use camisinha!”. Dele, retirei uns trechos pra compartilhar:
“Hoje se tem que dizer que os cristãos são exatamente iguais ao resto da população em suas crises e problemas, e que, do ponto de vista sexual, são também um dos grupos mais problemáticos, seja porque nada falam sobre o tema, seja porque depois de reprimido o crente solta a franga como poucos, seja porque se acha que basta não falar no assunto que já se está sendo próprio.
O fato é que os crentes transam; e transam muito; e muito errado.
Transam e se culpam. Transam pra casar. Casam pra transar. Depois transam pra escapar o casamento. Ou, então, tornam-se promíscuos, mais que outros, pois, fazem tudo na mais profunda dissimulação, o que faz do ato algo movido aos tremores que animam as taras.
Quando são gays tornam-se os mais promíscuos. Como vivem sob o manto do medo da perseguição e da possibilidade de serem em vida já lançados no fogo do inferno, escondem-se da “descoberta” com mais avidez do que o diabo da foge da Cruz. E, assim, vão de gueto em gueto, de parceiro furtivo a parceiro furtivo, até à Aids e outros derivados; sem falar que muitos se matam.
Desse modo, também são descuidados. Transam sem camisinha. E tem até quem tenha Aids e se considere curado, e que, em razão disso, transa sem camisinha e namora sem informar a pessoa.
Ginecologistas nos dão conta que o número de casos de contração do vírus da Aids está crescendo cada vez mais entre belas e belos jovens de classe média. Todo mundo bonitinho, mas todo mundo sendo carcomido por algo muito ruim para a vida do indivíduo; e dele em sociedade.
Quem vê cara não vê HPV ou Aids. Quem vê cara não vê doença venérea e nem vê pus de gonorréia.
Assim, os que servem dirigindo (os tais líderes) deveriam parar de servir os tabus e passarem a salvar vidas, instruindo-as; pois, se não posso impedir que façam e nem tampouco impedir como fazem, posso pelo menos ajudá-los a fazerem sem se matarem, ganhando assim eu tempo para com eles, na esperança de que o Senhor os leve à sensatez em todas as coisas.
Mas como a “igreja” crê que um tema não tratado é um tema resolvido, em seu silencio e omissão covarde, vai matando seus próprios filhos.
Ora, se crente gosta tanto de paletó e gravata, seria bem mais simples gostar de camisinha!”
Nota: créditos para o cartaz desenvolvido pelo Ministério da Saúde na campanha contra a AIDS entre os jovens.
Políticas públicas para erradicar a discriminação
quarta-feira, 9 de abril de 2008
Ensino de música obrigatório? Com a palavra, os músicos
- “Quando mais música e arte, maior o empenho das crianças em estudar. O benefício social é enorme, pois ocupa um tempo ocioso que é um convite para as drogas e a marginalidade” - disse Gabriel "O pensador".
Os artistas estavam acompanhados do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que é presidente da Comissão de Educação do Senado, que aprovou o projeto em caráter terminativo no ano passado.
O encontro foi bastante descontraído. Daniela Mercury, Frejat, Gabriel e Francis Hime cantaram trechos de músicas com o objetivo de sensibilizar o ministro da Educação. Haddad não resistiu e acabou cantando também, ao final, a música "Vai passar", de Chico Buarque.
CEF amplia investimentos nos atletas paraolímpicos

Shelter, premiado filme sobre temática em breve

Assista ao clip em inglês:
http://heretv.com/sheltermovie/index.html
Profetas urbanos da violência

Nota: imagem criada para a campanha contra abuso e exploração sexual infantil da Prefeitura de Parauapebas.
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Explicando o poema “O errar o alvo”
A Bíblia, livro sagrado para os religiosos e “em tese” um norteador para o bem daqueles que nele se inspiram, freqüentemente é usado em benefício e reforço do discurso em voga. Assim é que a LEI-tura dura e fria do texto que se quer persuasivamente impor, isolando-o de contextos, mas sobretudo isolando-o do “contexto-amor” visto no Evangelho, serve como uma espécie de “lista de aceitação de Deus”. Em tese alguns até negam; outros, não negam, mas sufocam com a primazia dada à conveniência do “sentir religioso” predominante. Na prática, entretanto, é isso mesmo que fazem: a lista de aceitação de Deus. E nesse antropomorfismo aleijado conferido a Deus, seguem suas prédicas com discursos dos que se sentem “zelosos da lei” (leia-se “os inimigos de Cristo”), auferindo significados estranhos ao conteúdo da Graça, revelando com isso o “outro Evangelho” acerca do qual Paulo chegou a mencionar como sendo “anátema”, ou seja, mal-dita informação (a julgar que “Evangelho” é sempre boa nova).
De tal modo a informação é equivocada – pra não dizer "mal" "dita" a tempo e fora de tempo – que o apóstolo Paulo, escrevendo aos “do Caminho” em Roma, se inspira para nos trazer a máxima homogenizadora da condição humana: “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer” [Rm.3]. O errar o alvo é também não dar crédito à força desestabilizadora proveniente dessa certeza: “não há um sequer” que seja aceitável por si. Isto é Graça. Errar o alvo, ainda, é o não-amar não apenas esta certeza como muitas outras que incluem sempre (posto que Evangelho é sempre inclusão) as diferenças como obras-primas de Alguém não-repetitivo na sua criação. Por isso quem crê não é condenado [“nenhuma condenação há para os...”], pois descansa em saber que um dia foi absolvido e projeta a mesma satisfação como bem-querer a todos. O mais é blábláblá de quem não quer acertar alvo algum!
O errar o alvo
Porque todos pecaram e destituídos estão. Romanos 3.
Todos. Pronome. Sem definição de gênero. Indefinido.
Ninguém fica de fora. Até os que pensam estar “inside”.
Somos todos. Estamos todos. Nivelados na sentença.
Homens, mulheres, ricos, pobres e miseráveis.
Brancos, negros, pardos, mestiços e mulatos.
Caboclos, indígenas e amarelos.
Héteros, gays, lésbicas e os “bi”.
Transexuais, transgêneros e os
mal resolvidos também. Todos.
Santinhos e santinhas de plantão.
Moças e rapazes casadoiros.
Amantes, casos e ficantes.
Crianças, jovens e velhos.
Cultos, sábios e iletrados.
Mocinhos e “bandidos”.
Honestos e desonestos.
Religiosos e os céticos.
Crédulos e até ateus.
Todos mais uma vez.
[Sem exceção]
Pecaram.
Pecaram.
Pecaram.
Erraram.
Erraram.
Erraram.
O alvo.
Creia!
domingo, 6 de abril de 2008
Lembranças de altos papos de uma quarta-feira
Sei que hoje é domingo, mas quero falar de quarta. Quarta-feira passada, reuni-me com alguns amigos. Uma conversa quase premeditada. Verdade é que nos devíamos há meses um papo como aqueles. Falamos de nós, de certas impressões, de incertezas que carregamos, de fé, de vida, de Deus, de tanta coisa. De tudo um pouco falamos. Trocamos idéias como quem troca figurinhas. Muitas delas. Idéias e figurinhas. De repente, a conversa virou entrevista. Não que tenha sido de um segundo para outro. Mas a metamorfose daquele papo foi intensa. Eles resolveram de comum acordo me entrevistar. Aceitei. Ora, dúvidas que pediam o esclarecimento de uma outra opinião; ora, questionamentos que se revestiam de roupagem ideológica. Não estava sendo testado. Via-percebia no olhar de cada um interesses necessários para o papo. Senti que houve uma troca de informações e, de quebra, uma energia muito legal.
Falei-lhes principalmente de desconstrução. Desconstrução de idéias assimiladas sem questionamentos. Chamaria de processos individuais de desconstrução. Bom que todos fizessem pra que sedimentos de nossa natureza presunçosa de auto-enganos e auto-responsabilidades dessem lugar à reflexão sadia. Bom que nestes processos muita coisa – a nossa idiossincrasia – fosse derribada. Derribar o que significa “segurança” não é fácil. Sei disso. Mas o que é seguro em nós? Nós não o somos (sempre). A turbulência faz parte de nossa epiderme. Eis como é bela a limitação humana!
No entanto, ao falar de desconstrução, queria mesmo era falar de uma só certeza: a Graça que é tudo, inclusive certeza, descanso e paz. Mas também é tudo porque nada é fora dela. Dia, noite, sol, chuva, dor, alegria, vida, morte, vitória, derrota, fartura, fome e etc. Entender o significado de Graça tem a ver com o cenário do meu interior (e, nele, todos os meus sedimentos). Mais uma vez, sei, não é fácil explicar. Por isso, “o justo viverá da fé”, diz Paulo em Romanos 1. Esta é a única certeza nossa: não sabemos nada do instante que ainda virá. Tudo proposital. E por quê? Porque nos convida naturalmente a um caminhar pela estrada-vida pisando no “nada” de um absoluto enorme: o pavimento da fé.
Assim é que, se é por fé, descanso na certeza que acolhi. “Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”. Não importa mais nada a não ser meu pensar e meu sentir. Os incomodados que se entendam com Ele, o Autor desse barato todo. Neste processo de desconstrução, chamo a “reconstrução” que é feita por fé nas certezas da Graça de valorização de minha individuação. Sou um ser único e que, portanto, seria inadequado para qualquer fôrma.
A partir daí, a entrevista voltou a ser papo. Mergulhamos nesse mar de idéias nascidas do que chamei de ‘processo de desconstrução’. Ficamos empolgados. Chegamos a algumas conclusões, muito rápidas, mas gentis com nosso momento. Uma delas foi a de ser incoerente com as fôrmas. Faz bem. A outra foi de que assunto como este não daria Ibope pra muita gente. Mas isso, convenhamos, já seria um outro assunto. Olhando a hora corrida, a gente se despediu em paz em meio aos bocejos da noite.
sábado, 5 de abril de 2008
8 jeitos de mudar o mundo
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Os poetas não morrem
Quem vê a vida sem poesia encontra travessões no meio da frase e pára. Não prossegue nem mesmo como fazem as vírgulas. Ficar parado é não emitir mais sons ou sinais de liberdade. Poesia assim perde vapor. A vida de muita gente é uma perda de vapor. Tem a ver com nossas próprias escolhas. Perdemos tempo gastando energia com nada-além-de-nada. São vários os fatores. Um casamento que acabou mesmo sem acabar. Um sonho que se desfez antes de tornar realidade. A imagem construída de alguém e que não conferia com este alguém. Escolhas nossas. Escolhas feitas. Escolhas equivocadas. Travessões. Fim da frase? Fim da poesia? Quem disse que os poetas morrem? Não, eles não morrem!
Hoje me encontrei com vários deles! Um beijo para repartir entre a Cida, a Nazi, a Valéria e o Renato. Senti vontade. Me fizeram poesias em forma de “bom papo” que tivemos, cada um a seu tempo e vez. Outros poetas ficaram nas lembranças. Senti-me revigorado.
Do resultado de nossas escolhas fazemos nossa vida. Uma construção. Mas nem todos constroem. Ainda. Falta argamassa? Não, falta ar! Falta poesia!
Poetas sempre os teremos conosco. Eles nunca morrem. São como sonhos nas mãos de quem tem fé. Uma construção. Não há poesia sem sonhos. Menos ainda sem energia. Por isso é que sempre encontraremos poetas por aí. Acolá também.
NOTA: Hoje, 04/04, Cazuza completaria 50 anos.
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Pró-texto: censurada liberdade
Censurado todo o ser livre.
Ser sem poder ser?
Que liberdade é essa?
A da dor.
A do medo.
A do não-ser.
Eles sabem?
Matemática do descaso
O descaso a que me referi é simples. Nem em 2002, ano de maior incidência da epidemia no estado, não se via tantas mortes. Em 2007, ano passado, o Ministério da Saúde liberou verba para projetos de prevenção, entre os quais o “médico de família” e o “agentes de saúde comunitária”. Quem contabiliza os milhões repassados porém não investidos? Onde estarão a esta hora? Desvio? Desgoverno? Descaso? Apenas prefixos. São pré-fixos, mas são cifras. Milhares, tanto de reais quanto de vidas infectadas. Fato é que a desgraça não é destino. Nem menos ainda matemática deste 1º de abril.
Nota: na imagem acima a obra “Numbers”.