terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Sobre meu pensar - I


Não espere que utilize a net pra paquerar. Não espere que elogie alguém na net pela beleza física, salvo se me pedirem opinião num papo sério e descompromissado. E isto, diga-se, sabendo-me péssimo na arte do elogio físico. Não ofereço MSN quando sinto “odor de açougueiros” no ar. Não troco número de telefones, a não ser com amigos de longa caminhada e clientes. Não trago qualquer expectativa quanto a quem quer que seja pela net (sei o quanto isto custa em desesperança e dor). Não ofereço tesouros aos devoradores do ser. Não comungo de “culturas” ou “subculturas” da superficialidade, dos encontros casuais e nem mergulho em regiões abissais ainda piores que estas (bons entendedores captam palavra por apenas uma letra!). Sou um homem com raízes, o que vale dizer sentimentos sinceros. Não sou um punhado de folhas secas e levadas por qualquer vento. Porém, nos meus sulcos correm sangue com respeito. É disto que meus frutos crescem.

2 comentários:

Luis Fabiano Teixeira disse...

Rick, foi pra mim uma grande alegria descobrir um *"escriba" como você, cujas letras me encantam pelo tom ácido na medida certa, pela verdade acima de tudo e por um certo despojamento tão necessário aos blogs. Concordo plenamente contigo, o mundo da "virtualidade" pode parecer encantador por um lado, mas é extremamente perigoso por outro. Justamente porque se está o tempo inteiro lidando com "imagens". A imagem física, a imagem-status, a imagem intelectual... Principalmente a imagem que fazem de nós ou que querem que nós a tenhamos. Algo muito complicado. Eu poderia ilustrar aqui várias decepções com internet, mas vou encerrar o coment com um poema meu que fala desse assunto. Confesso que relendo-o, agora, ele soou um pouco radical, mas, mesmo assim, o acho interessante pela reflexão que ele transmite.

Objetos

O ser humano está sobre prateleiras.
As pessoas vão à feira e se oferecerem em bancas.
Abre-se o jornal e, lá, carnes são servidas ao capitalismo fumegante.
Homens objetos vendendo anatomias.
O comprador se refugia, na solidão.
Não há o conhecer,
O ficar, no alpendre, entre samambaias e periquitos.
A cibernética é ponte aos encontros virtuais sem nexos.
Enquanto objetos: estaremos em qualquer lugar.

L.F.T.

P.S.1*Não foi nenhuma alusão bíblica.
P.S.2 Obrigado por me add aqui, o título é ótimo também. Vou atualizar o meu e te add lá também. Abração!

[Farelos e Sílabas] disse...

Valeu, Lu!

Sei exatamente o que suas sílabas quiseram dizer. Não há radicalidades na crítica construtiva, poética, diria. O legal de tudo é que, conscientes e humanos, somos preservados do engano pela seiva do caráter.

Volte sempre, amigão!

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