Por trás das portas centenárias despontava um salão enorme daquele castelo medieval. Passo a passo o convite se instaurava nos ecos dos sapatos. Convite para sucumbir ao desejo de entrar. Entrei. Percorri o olhar para uns assentos já ocupados. Procurei outros e, de repente, um par de abraços me cumprimenta com tímida certeza. Viro-me para outro lado, vejo algumas pessoas instaladas em garrafinhas de vidro. Não cheguei a olhar a validade. Creio que não seria de bom tom. Sorrisos foram poucos, mas alguns saíram com naturalidade. Olhos distraídos procuravam qualquer coisa pra se fixar. Nada parecia prender a atenção dentro daquelas garrafinhas. O cenário era ritualístico e enfadonho demais. O discurso altamente insosso; por vezes, apelativo para um servilismo sacerdotal que não encontrou em mim – e nos que, mesmo estando, não estavam – qualquer sentido. De repente, um chamado. Dirijo-me ao encontro de um súdito rebelado do Templo do Teatro. Foi o que me salvou daquele cenário. Assentamo-nos lado a lado. Falar sobre Teatro, literalmente, me descongestionou a vontade de sumir dali o mais rápido possível.
Fato é que...
Visitei alguns amigos num determinado lugar ao qual não retornava há seis meses. Lá, um certo desconforto. Senti-me tão distante daqueles ditos ideais a ponto de pensar-me um apátrida. Ao mesmo tempo, um refrigério me acalentava o incômodo com ares serenados de gratidão pelas minhas certezas atuais. Delas não abro mão (só eu sei o quanto me valeram à pena!). Sabe quando se faz uma longa viagem e, meses depois, ao retornar, percebe que as coisas mudaram de foco? Eu percebi que as coisas e as pessoas mudaram. Não me é permitido responder por elas se pra melhor ou pior. Sei é que eu mudei pra meu melhor.
O pensamento. A idéia. A palavra. O comportamento. Como mudamos conforme o crescimento! Seria coerente [com o significado de ser alheio] lastimar porque alguns amigos tão queridos se recusam a crescer, preferindo o lugar-comum aos desafios de uma longa viagem “na” vida? Mais uma vez, não me caberia responder senão por mim mesmo.
Visitei alguns amigos num determinado lugar ao qual não retornava há seis meses. Lá, um certo desconforto. Senti-me tão distante daqueles ditos ideais a ponto de pensar-me um apátrida. Ao mesmo tempo, um refrigério me acalentava o incômodo com ares serenados de gratidão pelas minhas certezas atuais. Delas não abro mão (só eu sei o quanto me valeram à pena!). Sabe quando se faz uma longa viagem e, meses depois, ao retornar, percebe que as coisas mudaram de foco? Eu percebi que as coisas e as pessoas mudaram. Não me é permitido responder por elas se pra melhor ou pior. Sei é que eu mudei pra meu melhor.
O pensamento. A idéia. A palavra. O comportamento. Como mudamos conforme o crescimento! Seria coerente [com o significado de ser alheio] lastimar porque alguns amigos tão queridos se recusam a crescer, preferindo o lugar-comum aos desafios de uma longa viagem “na” vida? Mais uma vez, não me caberia responder senão por mim mesmo.
A despedida...
Saí daquele castelo debaixo de um tapete de chuva fina e macia. Entre acenos e agradecimentos pelas horas passadas juntos, despedi-me dos mais próximos enquanto abria meu guarda-chuva. Fui-me sem olhar pra trás.
Ao som de “Singing in the rain”, chutei poças d’água com alegria tenaz. A minha própria. Sob os arrepios da liberdade, pulei de pedra em pedra naqueles jardins que já não me encantam mais.
...
4 comentários:
Filho querido e muito amado! Como me orgulho de você!... Mudanças? Claro, sempre para melhor. Que verdade você disse, meu filho!
Neste parágrafo que li, me emocionei a ponto de algumas gotinhas de lágrimas descerem pela face...
" Ao mesmo tempo, um refrigério me acalentava o incômodo com ares serenados de gratidão pelas minhas certezas atuais. Delas não abro mão (só eu sei o quanto me valeram à pena!)".
Lindo de mãe, só você para escrever um sentimento tão grande, tão verdadeiro e eu sou uma testemunha de tudo que você passou nesse castelo centenário, cheio de gente instaladas em garrafinhas de vidro...
Ainda bem que você não olhou a validade, senão... a decepção seria maior. Ainda bem, que você saiu rápido dali.
É uma pena que muitos que ali estavam nunca quiseram crescer espiritualmente, conhecer melhor a GRAÇA!
Meu anjo,ainda bem que você está em uma caminhada maravilhosa, onde Deus é Pai.
Vou mandar hoje para você um texto que o Riva escreveu sobre:
"Não tenho certeza da minhas salvação - Graças a Deus"!
Quando li este texto pude perceber quantos... estão buscando a salvação dentro das igrejas e nunca acham.
Se lerem a carta de Efésios 2:8 irão entender: "Porque pela graça sois salvos,por meio da fé; e isto não vem de vós,é dom de Deus".
Aí a pergunta: Entendeu?Não?Então vamos lá:
"A palabra GRAÇA significa FAVOR IMERECIDO, ou seja, não é uma recompensa, mas sim, algo que você recebe sem imaginar que receberia. A palavra DOM significa PRESENTE e, normalmente, você desconhece o presente quando você o recebe.E prá completar: 'E ISTO NÃO VEM DE VÓS'. Ora se a salvação não é algo que sai de mim para mim, ou seja, não é algo que FAÇO POR MERECER, como poderia então ter a certeza da minha salvação?"
Filhote,fique à vontade para publicar ou não este comentário, mas que eu me alegrei muito com o seu texto, ah.... isto é mais do que certo que amei de montão!
Esqueci de colocar mais uma coisinha que ele escreveu (Riva):
"Assim caminho com o meu coração pacificado, sem saber para onde irei, mas com a certeza absoluta que a minha vida está nas mãos Dele e que nestas mãos é o melhor lugar para minha vida estar.Aleluia"!
Um beijo,meu lindo e que essa Graça permaneça em nossos corações, para sempre. AMÉM
Sua mãezinha que te ama muito, ANNA MARIA
Nossa amigo faz uma semana que não passo por aqui. E fiquei maravilhado com o texto sobre o AI-5...Perfeito viu.
Essa postagem atual, muito boa viu.
abração.
Unhum (suspiros)
Beijos natalinos...hohoho
Alex
Que lindo. Que poético, como diz uma amiga: Que suble, magestral...QUE LUXO!!!! Não sabia dessa literatura que há em vocÊ. Amei o 1° parágrafo e a saída, BELO! Quero um texto para eu usar no meu "Teatrinho" rs,
P.s ou Pedidos: Escreve algo teatral ou desta mesma forma para eu encenar.
BJOSSS e Precisamos fazer algo CULTURAL.
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