quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Significados de Cecília Meirelles


"No mistério do Sem-Fim,

equilibra-se um planeta.

E, no planeta, um jardim,

e, no jardim, um canteiro:

no canteiro, urna violeta,

e, sobre ela, o dia inteiro,

entre o planeta e o Sem-Fim,

a asa de urna borboleta.



(...)somos a borboleta. Nosso mundo, destino, um jardim"

Cecília Meirelles

...



1ª Nota: Ontem, gratidão, amigos, ligações nutritivas e sentimentos afins. Comemorar-se o natal é sempre rico de qualquer coisa, até das que não esperamos. Falo acerca do meu natal. Hoje, “day after”, um calor em gotas serelepes brincando de escorrega pela minha fronte. Terno e gravata será que combinam com este clima abaixo do Equador? Numa sala fria e tão sublime o tom grave de um Tribunal. Eu, o cliente e três policiais militares. Uma condenação.


2ª Nota: De lá, uma viagem até um novo mundo. Encantei-me com aquele universo; na verdade, um oceano de oportunidades. Um orfanato. Para minha surpresa, dia de festa. Crianças, muitas delas. Palhaço. Brincadeiras. Eu, dentro de uma gravata, nadava pela observação pra dentro dos meus mergulhos. Dona Sidnay, a diretora, e dona Márcia, assistente social, pessoas com coração na mão. Amei conhecer a instituição “Solar Bezerra de Menezes” e o que fazem com tantas crianças carentes [ou, segundo me disseram, “em risco social”]. A razão de parar ali? Boa pergunta e duas rápidas respostas: a tangível tinha a ver com a entrega de um ofício a mando de uma juíza criminal; a intangível tinha a ver com a Providência. Uma questão de necessidade para os meus olhos, posso afirmar [pois só eu sei quais são minhas necessidades vitais]. Luz espalhada na ponta dos dedos, quiçá em todo o coração. Um desejo simples que fiz àquelas mulheres. Amei aquele lugar de oceano!


3ª Nota: 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Ao falar em comemoração, não olho para governantes nem para países. Olho para pessoas, a começar pelo olhar de minha contribuição própria... O que faço, estou fazendo, irei fazer, é preciso fazer? Penso na resposta. Depois da lavoura trabalhada, retornarei com o arado. Estou ocupado na messe...


4ª Nota: Genial a evolução do texto e as sacadas com o interstício temporal em “Capitu”, mini-série para TV baseada na obra de Machado de Assis.




7 comentários:

Anônimo disse...

Este é o meu filhote advogado!
Você deve ter ficado lindo dentro daquele terno... que pena, nunca vejo você com ele.
Mais linda ainda, sua visita ao orfanato, levando um ofício para ser entregue à responsável e pelo que entendi, o final foi feliz, elas ganharam o processo. Acertei?

A Declaração Universal dos Direitos Humanos está de parabéns-60 anos!

"Capitu" linda série começada ontem. Apenas 5 capítulos, não quero perder.

Um beijo, meu filho.
Mãezinha, Anna Maria

.Ná. disse...

Primeiramente, eu gosto demais de Cecília Meirelles. Foi lindo o poema escolhido.
Depois, quanto as notas... algumas coisas acontecem e a gente não tem que saber o porquê, só é preciso sentir...
Adorei aqui.
um beijão.

Markus disse...

Cecilia sempre dá cores bacanas ao dia.
Abraço forte

Christi... disse...

Olá, lindo texto, linda fotografia, notas interessantes e cheias de vida nas letras, nas entrelinhas...

De tudo que falou, verdade em tudo, só a Capitu, que consegui acompanhar somente o capítulo de ontem, que muito me emocionou.
Correr depois pra ver.

ótimo vir aqui, tenho esse blogue em meus links, mas nem sempre venho, gostei muito.

Fica com Deus, bjs

Chris

Lúcio Fer disse...

Capitu é mara!
Nem me fale de calor... Aqui em Mangoesville nem sabemos mais o que é chuva!

Anônimo disse...

Filhote voltei só para deixar uma poesia de Cecília Meirelles para as crianças.O Paulo quando morava aqui tinha várias obras dela e em um deles eu encontrei esta poesia que havia guardado.É linda, pois fala de jardim e borboletas.

Leilão de jardim

Quem me compra um jardim
com flores?
borboletas de muitas
cores,
lavadeiras e pas-
sarinhos,
ovos verdes e azuis
nos ninhos?
Quem me compra este ca-
racol?
Quem me compra um raio
de sol?
Um lagarto entre o muro
e a hera,
uma estátua da Pri-
mavera?
Quem me compra este for-
migueiro?
E este sapo, que é jar-
dineiro?
E a cigarra e a sua
canção?
E o grilinho dentro
do chão?

(Este é meu leilão!)

Com carinho e muita ternura, um beijo grande no seu coração.
Mãezinha, Anna Maria

Marcos Seiter disse...

Meu irmão, adorável escrita e percebe o quão é enriquecedor sentir, respirar este oceano que nadasse? Voltamos ao passado. Pensamo com mais claridade a vida, ou se estavámos apagado para ela, a luz se acende por ver nos olhos de cada criança a alegria em te ver.

Meu amigo, as oportunidades fantásticas e especiais surgem sempre num momento especial, como foi no teu caso. Agora dá para entender que devemos viver realmente a vida, aproveitando e bem as oportunidades para viver.


Emocionei-me ainda mais por ler o poema que tua mãe deixou aí pra ti.

Estou feliz por ter encontrado neste mundo pessoas como tu.

Bom finde amigo e até mais!!!


Marcos Seiter

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