segunda-feira, 24 de março de 2008

Ainda sobre os “ambientofetas”: breve comentário

Lendo o artigo anterior, intitulado "Ambientofetas", vi como o tema meio-ambiente não pode deixar de ser preocupante. O sentir e o pensar acerca do tema no artigo mencionado me soaram urgente e ao mesmo tempo extraordinário. Evangelho é alcance e acolhida de tudo o que é criado. É uma espécie de “resgate pelo direito que lhe cabe”. Direitos só os têm quem merece (o Estado ratifica por meio de leis). É o exercício da cidadania plena. Mas, falando em conteúdo de Graça, somos nós merecedores de qualquer coisa na criação? Não. Avisemos, portanto, aos desavisados que Deus reina! Eis a razão pela qual todas as coisas são Dele, por Ele e pra Ele, adverte solenemente Paulo em Coríntios 11.

O pronome indefinido indefine apenas pra nós o que para Ele lhe é definido porque lhe pertence. Não é à toa que todas as coisas “estão nuas e patentes aos olhos daquele a quem havemos de prestar contas”, assegura a epístola aos Hebreus. Ele sabe. Nós, não. A natureza geme, mas também urge pela expectativa da libertação do cativeiro da destruição. É Paulo quem diz no capítulo 8 de Romanos. Os “ambientofetas” denunciam como nas “dores de parto”, conforme nos revela Paulo na mesma carta.

Como deter a destruição se não há quem sinta-se enviado por fé em Graça a denunciar o futuro caos? Assim como está escrito: “Quão formosos os pés dos que anunciam”. E anunciam que a Terra é pra ser amada, posto que toda a criação é boa! Onde estão os pés? Onde estão as vozes? Onde estamos para ouvir o que a profecia ecoa ainda hoje: “Porque assim diz o Senhor, que criou os céus, o Deus que formou a terra, que a fez e a estabeleceu, não a criando para ser um caos” [Is.45,18].

Quem viver, verá.

Mas eu sei que ainda é tempo!

Nele, que assim diz porque assim é dito no espírito dos Evangelhos,

Cardo


P.S.: Créditos para a imagem com o modelo Daniel Calumbi

Um comentário:

ladyneide disse...

Cardo...
mais uma vez ouço a voz do nosso querido Beto Guedes (rs), como se fosse um lamento e ao mesmo tempo um alerta em "Sal da Terra."

"E quem não é tolo pode ver"...

Ainda é tempo... mas até quando a natureza suportará?!

Beijossss de esperança!!!

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