segunda-feira, 31 de março de 2008

Manifestações pela paz


Tava vendo o símbolo humano da paz que os húngaros formaram contra a ocupação do Tibete [foto]. Em muitos lugares vêem-se outras manifestações em prol da paz no Tibete. Neste caso, a “paz” é a desocupação territorial com a conseqüente liberdade política daquele país. Lembrei-me da luta de Gandhi na Índia no século passado. Esforço muito semelhante. Mas a paz se veste de outros trajes. Depende da ocasião. “Deixe-me em paz” é quase sempre um mero “posso, pelo menos...?” Sim, posso, pelos menos, assistir ao filme sem suas brincadeiras? Vem cá, posso, pelo menos, entrar e pegar minha chave? Ah, qual é! Posso, pelo menos, falar pra ele que tô gostando? E segue-se uma eternidade de posso, pelo menos...

As manifestações em prol da paz são diferentes, você pode dizer. E são mesmo. Luta política, engajamento religioso, ativismo de natureza social e organizacional, idealismo “in natura”, verve altruísta, não importa. Acontecem. Quase sempre chamam a atenção, mesmo que não tragam a sonhada “paz”. Mudam as nossas paisagens quase sempre. Mudam as demais paisagens noutras vezes. Nada é como antes quando fazemos alguma coisa em que acreditamos. Jamais. Por isso, creio, “paz” não é ausência de algo ruim ou belicoso, mas a consciência de que depende também de mim. Há um ditado budista que diz que “o que somos hoje e o que seremos amanhã depende de nossos pensamentos”. A “paz” estaria em mim? Não propriamente em mim, mas na teimosa vontade de crer contra as circunstâncias ao redor de mim, ou seja, no exercício da fé que carrego.

“Se tiverdes fé como um grão de mostarda direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele há de passar; e nada vos será impossível”, diz Mateus 17. Nada será impossível. Nem a paz. Nem a libertação do Tibete. Eu não duvido!


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