Seria eu um subversor da subcultura? Trato a questão como subculturalmente, pois desde os ensinos de antropologia na faculdade, aprendi que a subcultura está intimamente ligada a grupos de pessoas com características distintas de comportamentos e credos que os diferenciam de uma cultura mais ampla da qual elas fazem parte.
Não creio que seja assim. Só por que prefiro falar de política, Kant, Foucault ou Sartre a ter que ouvir colegas admirados por Beyoncé, Rihanna, Lady Gaga e Madonna?
Não creio que seja assim. Só por que gosto de futebol, assisto a programas esportivos no Sportv, no Premiere Combat, fico antenado com o que rola nos Jogos de Inverno em Vancouver e dispenso qualquer conhecimento sobre os melhores electronic-trancy-house-psy-techno-remix, onde a DJ Ana Paula se apresenta, onde o DJ-fulano-de-tal tocou na última pool?
Não creio que seja assim. Só por que detesto looks com roupas apertadas, tintura no cabelo (Argh!!!), depilação (Argh!!! Argh!!!), sobrancelha feita (Argh!!! Argh!!! Argh!!!) e ainda por cima torço o nariz se tiver que usar alguma coisa de cuja etiqueta – grife! – todos se lembrem mais que propriamente quem a vestiu?
Não creio que seja assim. Só por que entendo que promiscuidade é uma química explosiva que auto-destrói o ser, diluindo-o aos poucos, e que amor é um excelente investimento (pra vida, pra si, pra todos) e que requer seriedade, conquista e a-FIM-nidade, não havendo espaço para a auto-afirmação do desejo com o descompromisso e as apelações fast-foodianas?
Seria um subversor da subcultura ou a favor da contracultura?
Não creio que seja assim. Só por que prefiro falar de política, Kant, Foucault ou Sartre a ter que ouvir colegas admirados por Beyoncé, Rihanna, Lady Gaga e Madonna?
Não creio que seja assim. Só por que gosto de futebol, assisto a programas esportivos no Sportv, no Premiere Combat, fico antenado com o que rola nos Jogos de Inverno em Vancouver e dispenso qualquer conhecimento sobre os melhores electronic-trancy-house-psy-techno-remix, onde a DJ Ana Paula se apresenta, onde o DJ-fulano-de-tal tocou na última pool?
Não creio que seja assim. Só por que detesto looks com roupas apertadas, tintura no cabelo (Argh!!!), depilação (Argh!!! Argh!!!), sobrancelha feita (Argh!!! Argh!!! Argh!!!) e ainda por cima torço o nariz se tiver que usar alguma coisa de cuja etiqueta – grife! – todos se lembrem mais que propriamente quem a vestiu?
Não creio que seja assim. Só por que entendo que promiscuidade é uma química explosiva que auto-destrói o ser, diluindo-o aos poucos, e que amor é um excelente investimento (pra vida, pra si, pra todos) e que requer seriedade, conquista e a-FIM-nidade, não havendo espaço para a auto-afirmação do desejo com o descompromisso e as apelações fast-foodianas?
Seria um subversor da subcultura ou a favor da contracultura?
17 comentários:
Nossa eu sempre passo por esse dilema viu, as vezes sou mal interpretado por defender a tese que Bethânia, Joao Gilberto, Chico são verdadeiramente cultura...mas...é isso..vivemos no Brasil..fazer o que?
Gostei muito do texto.
abraços
Hugo
Não vejo mal em ser o que quer que seja...me preocupa apenas os "argh´s" ao diferente...
Afinal, devemos celebrar a diferença. Ou não é assim?!
Oi, vim mais uma vez dizer que CONCORDO!! Principalmente no quesito AMOR requer seriedade.
Porém, acredito que muiiitas pessoas não tem acesso a tal cultura que você cita, talvez elas não sejam simplesmente promiscuas por isso, por viverem na subcultura. Há formas e formas de cultura, você, aos meus olhos, é a favor da Sobrecultura. Aquela acima dos níveis básicos alcançados pela maioria da população. Sorte sua ter acesso a algo mais amplo!
Mas quanto ao Amor continuo concordandoOO!
ps: Não é uma cantada, até por eu não conhecer sua situação sentimetal, civil, mas, pelo que pude ver, nós temos visões beem parecidas no sentido de relacionamentos.
Boa NOite
Ótima Semana
Que Deus lhe abençoe grandemente.
BjoOO
Mmmm, não tenho uma resposta à sua pergunta, mas você é a favor de você - e isso é o que importa.
;)
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Hugo:
Abração, meu rapaz!
P.S.: Nossa, Bethânia, Chico e João Gilberto dá uma sinfonia. Bem, ao menos é a defesa que eu faço pra mim mesmo...
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Alex:
Pois, é, Alex. Eu também não vejo mal algum. É por me sentir assim, tão adequado a mim [não sei se a subcultura – que, por sinal, podem ser muitas, por isso mesmo nem sempre ser possível “agradar” a todos ou todas], que lancei pequenas reflexões, porém tendo como pano de fundo a minha certeza “não creio que seja assim”.
Por favor, deixe-me clarificar o sentido das coisas. As leituras ocorrem a partir do olhar – que é interpretar – que damos a elas. Pois, bem. Os “arghs” não me preocupam, na medida em que não absolutizei como verdades para todos. Penso que se o fizesse, isso sim me preocuparia. A questão dos “argh” tem a ver com minhas escolhas, frutos dos meus desejos e não-desejos legítimos. Poderia ter acrescentado os “argh”, mas não era o caso. Às vezes, digo “argh” até para jiló; noutras vezes, não... Veja que coisa, rapaz! Um amigo psicanalista, certa vez, me disse que isso faz parte da saudável individuação. Penso que as escolhas são legítimas desde que não as absolutizemos, criando barreiras para o encontro de quem pensa/ vive diferente.
E vivamos sim a diferença, cada qual sentindo-se à vontade para “ser por inteiro”, o que vale dizer, com “eba!”, “argh!”, “nossa!” e “hummm!”
Digo isto para sua participação: “eba!”
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ConfeSSo:
Menina, que bom que, a despeito de algumas a-FIM-nidades e outras DI-vergências, mantemos uma a-PRÓXIMA-ação pela leitura das palavras!
Quero dizer aqui – e a todos que [nos] lerem! – que minha opiniões estão longe de serem absolutizadas. Não se trata também de algo acima ou superior, como acho que você quis dizer com “sobrecultura”. Essa idéia traria uma conotação distanciada do que pretendo dizer com as palavras e, num grau mais intrínseco, mais distanciada de meus padrões de formação. Simplesmente para algumas coisas tenho encanto, mas não para todas.
Convivo muito bem com as diferenças, diariamente. Celebro a diversidade, inclusive, ideologicamente, pois luto há 12 anos ininterruptos pelo acesso de segmentos sociais menos favorecidos a toda forma de cultura, melhor desenvolvimento educacional e inserção social. Falo de meu trabalho com ONGs.
Fugindo um pouquinho do tema central, apenas como informação, digo que tenho vários sonhos, a começar pelo livre acesso de todos aos mesmos direitos.
O texto apenas exemplificou algumas “inadequações” de natureza mais intimista dentro de determinado grupo ou subcultura. E foi justamente nesse aspecto que, sem constranger ninguém à concordância, você surgiu com boa sacada num dos aspectos – o que fala sobre o Amor.
Diante de tudo, porém, sou-lhe grato pelas palavras. Tenha uma excelente semana!
Nele, que é o Todo-amor,
Eu!
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Diego:
[Sem reação...]
;)
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Cara, tem gosto e gosto, só que alguns destes gostos tem motivos reais e não para manter apenas o ego...
Fique com Deus, menino.
Um abraço.
Passando para retribuir a visita e dizer que pode voltar sempre! Obrigado tb pelo comentario. Eu nunca espero nenhum, e quando vejo tem um lá que acaba por me arrancar um sorriso do rosto.
Quanto ao seu post. Uso a mesma frase que você inicia a maioria de seus paragrafos. Não creio que seja assim. Acho que todos somos subversores da subcultura, pq cada um carrega contigo gostos e afinidades que nos diferenciam um de outro. Nao gosto de falar de politica e nem sei quem é Kant, Foucault ou Sartre, mas tb pouco me importo pra Beyonce Rihanna e essas tas divas do pop.
Seria eu subversor da subcultura apenas por querer ser diferente?
cultura e julgamento inteiramente ligadas... ainda dos primórdios onde a Europa diatava comportamentos e moda, ainda na era virtual onde o lápis preto é pra se imitar o super-herói numa feira na china...
ninguém ao certo é adepto de uma cultura-mãe, grande ilusão!
abraços,
e tudo de bom!
do homem-menino
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UMA NOTA A TODOS:
Gente, obrigado pelas participações. Quero apenas dizer que o propósito é a contribuição com o olhar de cada um. Não há uma verdade para todos, e sim a que cada um absorve na sua história. Verdades costumam ser como a Cultura e a própria Ciência. Não são fixas ou empedradas, mas podem mudar conforme o crescimento da compreensão do mundo ao redor.
Para o olhar de outro a subcultura seja apenas um estigma, contrastando com a própria dimensão dada pela antropologia. Mas quem se importa? O importante é que cada um manifeste a luz do seu olhar sobre as coisas. A coexistência, apesar dos achismos e das opiniões, é super bem-vinda, é o que se espera dentro do convívio. É por isso que, mesmo não curtindo alguns sons, por exemplo, tenho amigos que os curtem. A amizade nunca empobrece em meio ao diferente. Ao contrário!
Beijo pra quem é de beijo e abraço pra quem é de abraço!
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Daniel:
Tá falado, então, menino!
Como já está virando praxe: bom te ler!
Abraço(s) sem subversão alguma!
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Solsekisi:
Inicio pelo teu brilhante fim. O espírito da reflexão partiu dessa indagação. A interrogativa na imagem tem sua significação. “sub-versão?”, ou seja, seria uma versão subposta ao padrão da maioria? Não se pode ser diferente ou o ser diferente é, na verdade, uma “contracultura”?
Não creio que seja assim.
E suas reflexões conseguiram penetrar em muitos outros campos com sua contribuição. Grato pelo retorno da visita, rapaz!
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Abraão:
Eis mais um pensamento! Longe de nós absolutizá-lo, mas é fruto do seu inteligente olhar sobre as coisas.
Gozado, o pensamento me fez lembrar alguns conceitos da etnologia (no âmbito da antropologia cultural). As coisas tendem mesmo a ser uma espécie de amálgama. As culturas se misturam, fogem a algo “individualizado” [ você identifica como “cultura-mãe”].
Agora, como já foi dito aqui, gosto e gosto. Tudo a ver com o olhar-interpretação ou olhar-desejo que cada um carrega... e viva a [realidade da] diversidade, como também foi ponderado aqui por outro leitor!
Abraços, menino-homem!
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OUTRA NOTA:
Nossa, quanta COM-tribui-AÇÃO!
Algo importante que noto-observo-discirno é que a gente saiba coexistir. Tudo o mais fica bem pequeno quando este olhar prevalece...
Beijo!
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Hua, kkk, ha, ha, mas dizer que sempre vou aparecer, mas não conte muito com a frequência, as vida (real) exige muito tempo e a vida (virtual) fica meio renegada...
Agora dúvida, você é meu xará, ou eu me confundi?
Fique com Deus, menino.
um abraço.
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