domingo, 18 de maio de 2008

Fraqueza que descansa em fé


Pois quando penso que sou fraco, aí é que sou forte. Não depende do resultado de minhas ações mais diretas. É atípico a isso. Eu nada faço, além de pensar que estou dentro do processo de descanso. Considerando que pensar já é uma ação, nada faço sequer como variante de qualquer pensamento que tenha gerado com minha autoria. Não sou forte nem nos pensamentos. Sou apenas um ser pensante que ousa caminhar por fé, o que vale dizer, botar o pé no nada. E mais que isso: descansar em saber que há Alguém que cuida de todas as minhas necessidades. Não como Aquele que faz pra que eu nada produza, sequer gratidão. Não é isso. Descanso como reação a uma ação inicialmente Dele na minha direção. Descanso como fruto gerado de um viver que realiza o dom de cada dia sem as neuroses do momento seguinte. Basta-me o próprio mal do dia. Quanto a mim, caminho-respiro no chão da existência com nenhuma pré-ocupação tardia (ou doentia) quanto ao que virá no amanhã. Descanso como amorosa reação a uma confiança que nada mais é que a certeza de que sobre mim existe o Tudo. Eu caibo no Tudo, ainda que nada sendo. Descanso. Confiança. Cada dia vou caminhando com certezas em cadeia. “Pois tu és o meu refúgio, Senhor, uma torre forte” (Salmo 61,3).

Foi pensando Nele que me vi fraco-forte como estou. O que me basta é o instante do “hoje” como possibilidade real de desfrutar descanso. E que seja em todos os momentos-desdobramentos desse mesmo “hoje”. Isso é mais um barato da fé. Coisas pra papear noutras oportunidades.

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