domingo, 3 de janeiro de 2010

Do lado de dentro das casas


Transformamos a força das águas e a dos ventos em energia que ilumina muitas cidades. Construímos pontes, aproximando gente e desenvolvimento. Modificamos genes para facilitar tratamentos os mais variados, um grande avanço para a indústria farmacêutica. Inventamos as mais surpreendentes facilidades para comodidade (e necessidade) de muitos, de cadeiras de rodas computadorizadas a tevês de plasma (que, por sinal, já estão ultrapassadas diante da chegada das TVs de LED, com sua extraordinária tecnologia com milhares de pequenas luzes coloridas sobre a tela que acendem de forma independente). Escolhemos nossos representantes no Poder Executivo com um toque de teclas, visualizando a imagem na tela. Por falar nisso, diz-se que em dez anos todo o país estará cadastrado para a votação biométrica. Criamos leis que contemplam garantias jamais imaginadas para muitos (que o digam os Estatutos da Criança e do Adolescente, o do Idoso, a Lei Maria da Penha, entre outras), embora saibamos que ainda há muito o que garantir. Assim se dá com os costumes, que também modificam. Pedir a bênção aos pais (e a qualquer parente mais velho) já não está em voga. Um “oi” já é o suficiente. Oferecer o lugar aos idosos no ônibus ou mesmo no metrô é quase um esforço hercúleo daqueles típicos de um insofismável favor a ser feito. Calças ao estilo boca-de-sino foram um “must” nos anos setenta, ressurgido com ares “fashionist” uns tempos atrás. Enfim, nossos modos mudam de acordo com a superação de paradigmas e o que se poderia chamar novo entendimento das coisas e das pessoas.

Nossas relações acabam sentindo o reflexo de tudo isso. O comportamento – ou hábito – muda. Para os de temperamento belicoso, a arte da guerra sempre será uma arte. Arte? É o que eles dizem... E assim convivemos com “armas químicas e poemas”, como canta a banda Engenheiros do Hawaii.

No entanto, para os amantes da vida, seja a própria, seja a do outro, nenhuma poesia superará o Bem que os raios de Luz evocam quando invadem o ser. “Se teu olhar [na vida e acerca de si mesmo] for bom, todo o teu corpo será luminoso”, disse Jesus há uma porrada de anos atrás. Tal como a força dos raios de luz, a alegria e otimismo fazem uma revolução de poder inalcançável. Como entendo-percebo-discirno que “ser” é muito mais que apenas “estar” alegre, posto que a primeira independe das circunstancialidades (é uma de-CISÃO), não sei acerca dos outros, mas eu não posso permitir que as janelas do ser se fechem para essa energia. Minha inspira-AÇÃO para este novo ano é a de enxergar o Bem e o Bom existentes ao redor de mim. Não apenas isso, mas convidá-los pra várias revoluções do lado de dentro!

Alguns podem pensar que estou mais otimista. De fato, é assim que me sinto neste início de 2010. Quero dar esse “start” com dedão direito pra que assim prossiga ao longo do ano. Todos temos corredores do lado de dentro. Percorro os meus procurando abrir as janelas. Mas, voltando ao ano em si e o que espero dele, minha prece é a mais simples possível: que em 2010 não faltem pores-de-sol do lado de dentro de nossas casa-ser. E seja assim nas circunvizinhanças. O Bem que a mim desejo, igualmente o desejo em todas as casas. Do lado de dentro, dos corredores aos porões! Sem exceções, obviamente...

Let the sunshine in!

8 comentários:

Serginho Tavares disse...

pra um começo do ano temos sempre que deixar a luz do sol brilhar dentro de cada um de nós, parece musica gospel isso, mas é verdade
rs

te adoro seu sumido

Simplesmente Outono disse...

Meus olhos procuram por letras, pontos, vírgulas, verdades, todos nos seus devidos lugares. Falo de conteúdo e cá estou.
Gostei!
Gostei muito!
Gostei demais!
Gostei tanto que será inevitável não voltar. Por que perder de vista algo tão gostoso de ser lido? Ficamos combinados assim: volto sempre que puder para continuar lendo-te.
Folhas secas com extremo carinho e respeito pelo teu chão.
Eu, Simplesmente Outono.

Arthur Alter L. disse...

O homeme é esse ser de possibilidades ilimitadas. Me encanta sua criatividade e capacidade de vencer interditos. Mas ao mesmo tempo me assusto com sua crueldade e ou insensibilidade. Mas ainda assim eu acredito na força do bem e na solidareidade humana. Depende de cada um de nós, por menores que sejamos deixar o sol brilhar em nós (dentro principalmente, de nossos quartos escuros) deep in. Mas também devemos contribuir para que o sol brilhe no outro e para o outro, é que as vezes com nosso egoísmo queremos o sol só pra nós. Partilhar, dividir, compartilhar. É um desafio...
E começar o ano com essa disposição faz toda a diferença. Te desejo perseverança e conquistas. Espero-te em outras visitas. Voltarei mais vezes.

[Farelos e Sílabas] disse...

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Serginho:

De fato! Let us the sunshine in!

Idem, amigo querido. Adoro-te!

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Outono:

Ok, combinados estamos.

À despeito das estações, as palavras florescem em gratidão!

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Arthur:

Rapaz, inicialmente, porém, a gratidão pela visita!

Quanto ao que você apontou (e que te assustou), cabe-me uma singela explicação para o bem da VERDADE. Basta uma leitura no que se percebe do COM-THÉO-UDO (conteúdo) para se concluir que a ideia é justamente o contrário do que o amigo imaginou quando falou de “crueldade ou insensibilidade” que lhe assustou. O mundo, quer sejam as coisas, quer sejam as pessoas (nós mas também o outro, ou, como costumo dizer, “o qualquer outro”), precisam de LUZ. Luz é “Théo”. E toda a ideia de “Théo” (Deus) é LUZ. Assim, impossível dentro do contexto imaginar crueldade ou insensibilidade; ao contrário, é a chama do “sentir” aquecida pela LUZ que nos põe, naturalmente, à construção de algo melhor (seja nas coisas, nas pessoas, mas sempre a começar em nós, pois não se pode, por exemplo, amar a ninguém se não se amar a si mesmo inicialmente...).

Entre as letras e na junção das palavras com o texto, meu convite é ao maior dos sentimentos (pra mim, mais até que mero sentimento, pois trata-se de algo que nos vem como Dom Maior oriundo da verticalidade para o bem-viver na horizontalidade): o amor. Quem ama, mesmo vendo tanta transformação no mundo que nos cerca, fará majestosa diferença, positivamente falando! Cabe-nos, no entanto, uma reflexão de última hora: serão todas as transformações para o bem? Eis uma reflexão individual, cabendo a cada um seu próprio sentido de resposta. Eu apenas falo do que percebo com o coração na mão e o acolhimento nos meus braços abertos para “o qualquer outro”.

É isso. Ainda tenho muito a aprender neste caminho...

Sim, volte mais vezes. Ficarei feliz!


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anjo disse...

Que bom que este Novo Ano te trouxe de volta!

Fico muito feliz!

Um forte abraço, co estima «««

Anônimo disse...

Olá!
Gostei do texto!
Tento sempre enxergar a vida com bons olhos...
Ótimo 2010 pra vc!
Obrigado pela visita!

[Farelos e Sílabas] disse...

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Jota:

De volta e com novo gás: os sonhos!

Abraço musical retribuído na mesma sin-TOM-nia!

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[Farelos e Sílabas] disse...

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Marcos:

Que excelente "receita" para o bem viver: o bom olhar na vida!

Isto sim é uma revolução!

Feliz 2010, volte sempre!

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