
Sabe, to ficando cansado de alguns programinhas da virtualidade. MSN, então, nem digo mais nada. Definitivamente não faz parte de mim. Orkut, o mais famoso programa de relacionamento deste país, já me cansou tantas vezes quantas necessárias foram até que saísse e retornasse. A mesmice me cansa. A falta de [qualquer] coisa nova, o fator surpresa ao qual me referi no texto acima, tudo isso corrobora o cansaço de meu ‘sentir pra fora’. É como assistir ao mesmo filme umas quinhentas vezes e crer que poderá ser diferente. Não, não é. Diferentes são as interpretações conforme as prioridades destes meus sentires. De resto, não. Pouca coisa muda de fato. E não me refiro a fotinhas ou novos amigos.
Bem, não desejo compartilhar o cansaço de minhas percepções de vida e de seus enraizamentos, sobretudo considerando o modo orkutiano de viver entre “amigos”. Fato é que, pra quem quiser saber quem sou [e lá essas coisas acabam prevalecendo como “cartão de visitas”, quando poderiam ser norteadores de uma fabulosa rede de a-FIM-nidades, sejam elas quais forem], agora terá que me ler num todo. Um único texto será pouco, figurará apenas como pista. Será preciso tecer toda uma colcha de retalhos pra poder me visualizar mais perto. Por ora, reproduzo aqui o que por muito tempo constou no perfil de apresentação do tal programinha. Eis o que sou-sendo e o que não me disponho a ser [neste meu hoje-agora]:
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• Quem sou_____ • um homem completamente do bem, do café tirado do bule, da fé descomplicada, da liberdade no ser, dos pés descalços, dos círculos de afeto em família, das semeaduras pra eternidade, dos programas diurnos, que faz amor com as palavras, que se doa a quem precisa. Sou-sendo-humano, o que vale dizer: errante-aprendiz.
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• Quem não sou_____ • um não-eu, um rótulo, uma grife, um showbusiness, um número para a coleção de amigos de qualquer perfil, um bilhão de neurônios alienados, uma projeção, um religioso ou fundamentalista.
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• Meu mundo_____ • o das letras, o das leis, o dos solos de verdade, o dos almoços em família e o que corresponder em alicerce, o da gratidão pelo Bem que me ocorre até enquanto durmo, o da amizade enraizada, o do amor que esbarra nos limites do outro e ainda assim decide amar, o do voluntariado, o da Graça em todas as coisas e em todas as geografias, o da sede de justiça e o da paz em todos os níveis (sendo eu um colaborador e não apenas amante platônico e idealista).
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• Não-meu-mundo_____ • o da intolerância, o do individualismo, o da alienação, o da futilidade, o da preocupação com o “ter” e o “aparentar”, o dos barulhos de dentro e os de fora, o dos vícios e o das night-rave-baladas-pool-parties.
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• Considerações gerais_____ • a partir desse “norte” quem for sábio entenderá o que não corresponde a mim. O que não for sábio insistirá na projeção de valores e, mais adiante, quebrará a cara e não mais aparecerá. Naturalmente... Aos sábios, errantes-e-aprendizes, no entanto, ofereço as raízes longas de minha amizade!
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