sexta-feira, 11 de abril de 2008

Metamorfoses do dia a dia


Vi este anúncio e logo logo me bateu inspiração. Noutro dia foi no metrô. Quando menos espero, inspiro-me. Pensei como a campanha da Avon tá certa. Sempre concordei com a dinâmica dessa verdade, muito antes de aprender as “leis de Lavoisier” nas aulas de química lá na Escola Técnica Ferreira Viana. Lavoisier foi capaz de revolucionar o método científico por experimento na soma das massas dos reagentes e dos produtos. A observação foi seu passo inicial. Aliás, é assim com a maioria dos experimentos.

E por que a vida não é tida como um fabuloso experimento onde se aprende a caminhar-existir-viver? Tava reparando como tem neguinho que nem sente que ta vivo. Vive-se apenas. Todavia, não se trata daquele viver digno de quem se alimenta de fé ou de gana pela vida, mas um viver insosso, sem aprendizados.

Entendo que existem três tipos de pessoas: as que erram e aprendem com seus erros; as que erram e não aprendem com seus erros e aquelas que erram e aprendem até mesmo com o erro dos outros. Estas, pra mim, são as mais sábias. Aprendem a evitar o erro em si mesmas, a insistir em transformar-se para melhor. Quando falo em trans-FORMA-ação, quero também dizer que nada fica parado enquanto se vive. Nem nós mesmos. Mudar é agir na direção de algo diferente. É muta-ação. Mudamos pensamentos, idéias, roupas, perfumes, namorados(as), corte de cabelo, curso na faculdade, religião, ator predileto, casa, apartamento, passaporte e bronzeamento de pele. Só não se muda o que não pode mesmo. Aquilo que somos de fato – alma – não se muda. Nossas impressões digitais também. Diga-se o mesmo em relação a íris dos olhos. De resto, muda-se. Desejar mudar é que são elas. Quantos não querem mudar para melhor? Parece óbvio, mas não é. Muita gente não muda nunca. Muita gente teima em não querer ver na vida grande oportunidade de aprendizado-crescimento-no-ser.

Boa parte de nós imaginamos as dores, até mesmo as tragédias, como algo sem fim em si mesmo. Não é. Aprendemos a nos superar com elas e através delas. Aprendemos tanta coisa, não apenas a chorar e nos conhecer mais, mas a valorizar coisas ou situações (pessoas também) que não valorizávamos. Aprendemos a confiar mais. Aprendemos a amar mais, a começar a vida que levamos, a família que construímos, os valores que antes não eram valores pra nós. Crescemos com as mudanças. Um crescimento vertiginoso pra dentro de nós mesmos. Uma revolução no nosso mundo. Daí é que entendo “mas transformai-vos pela renovação de vossa mente”, lá da epístola de Romanos 12, como possibilidade de experiência daquela a cujo respeito chamo de “boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. A que eu cresça, apareça e mostre-me por inteiro ao mundo. Mesmo que não me reparem. O que vale é o que meu mundo interior me diz, pois o que ele disser em paz comigo mesmo é o que chamo de caminhar seguro. As transformações (ou metamorfoses) do dia a dia conseguem esse barato todo: solidificar meu caminhar na estrada-vida. Isto é ação com resultado. Uma coisa dessas é Graça mesmo que nem eu mesmo entenda direito pra que serve.

Nenhum comentário:

Related Posts with Thumbnails