Jogo as cartas sobre a mesa que me sustenta. Já chega! Por que tão longa espera? Por que as horas passam voando e o dia alcança tantos anos sem trazer a companhia da noite? Quem foi que nos disse que há verdades na verdade? Quem espera sempre alcança! É clichê ou chiclé? À vista do meu mais próximo desejo, com que me presentearei? Trajes finos, meu desenlace com a certeza, o atônito da esperança e todo o valor depositado na simplicidade. Se possível, ainda, um olhar esquivo de quem ainda não sei... Há um emaranhado de divagações aqui dentro do peito. Sou um homem de sorte? Depende do momento. Há tanta sorte controversa no mundo: uns têm tão pouco; outros, tanto têm quanto mais querem ter! E quem me tem, ou, antes, quem supõe que me terá?
Se me tiver, que será de mim?
Basta! Seria o fim do quase-sempre ou do apenas-começo? Não tenho uma resposta imediata. A hora já avança, salta pelas janelas e corre por entre as minhas verdades. Não adianta tentar segurar, se é a hora da verdade não pode ser prisioneira! Da janela, lá se vai, e corre faceira, e escorrega, e cai, e levanta, tal como a certeza do que não vejo. Eu não sei partir. Eu já nem sei permanecer. Não sei ser como as horas. Só sei das minhas verdades que ora vão, ora vêm. Vou abrindo janelas e mais janelas no meu peito. E o que sei é tão pouco, pouco demais numa vida inteira, nesta longa espera...
Se soubesse o tanto e o muito, eu acreditaria em mim?
Chega! Não creio mais em amores perfeitos, acabados, inatingíveis... Não sei mais pregar mentiras pra mim nem pra mais ninguém. Desaprendi algumas tarefas simples, coisas lá de trás dos dias de menino, das tardes adolescentes, das noites adultas... Não faço mais dever de casa. Não tenho ás nas mangas. O que carrego é mais que saudade. É fome de presença, uma palavra desconhecidamente em negrito. Mas não qualquer uma! É a tua que ainda não decifro, por isso nunca chega, nem pode ficar porque não sei se um dia existirá.
Mas se um dia existir, não será um belo aprendizado?
Aquieta-te, palavra intransitiva! O silêncio irrompe o momento. É tudo presságio, mais uma verdade que corre e escapa. As palavras conspiram detalhes que, dizem, não posso saber. Tem certas coisas que o dicionário não interpreta. É preciso conjugar no toque, no cheiro, na pele, esses lances de conjunção verbo-nominal. Não tenho parênteses, sou de família reticente. Reticências à parte, que detalhes me nocautearão? No texto, na vida e na dúvida, que seja pró-réu! Eu me confesso desajeitadamente incerto, trôpego como estas linhas em versos. E quem saberá ao certo? Será um nome não apresentado? Um aviso ou encomenda? O que trará no improviso? Uma palavra recôncava? Um dorso esculpido? Quem sabe, o olhar? O sorriso, talvez?
Eis as cartas! Onde o pronome próprio?
Se me tiver, que será de mim?
Basta! Seria o fim do quase-sempre ou do apenas-começo? Não tenho uma resposta imediata. A hora já avança, salta pelas janelas e corre por entre as minhas verdades. Não adianta tentar segurar, se é a hora da verdade não pode ser prisioneira! Da janela, lá se vai, e corre faceira, e escorrega, e cai, e levanta, tal como a certeza do que não vejo. Eu não sei partir. Eu já nem sei permanecer. Não sei ser como as horas. Só sei das minhas verdades que ora vão, ora vêm. Vou abrindo janelas e mais janelas no meu peito. E o que sei é tão pouco, pouco demais numa vida inteira, nesta longa espera...
Se soubesse o tanto e o muito, eu acreditaria em mim?
Chega! Não creio mais em amores perfeitos, acabados, inatingíveis... Não sei mais pregar mentiras pra mim nem pra mais ninguém. Desaprendi algumas tarefas simples, coisas lá de trás dos dias de menino, das tardes adolescentes, das noites adultas... Não faço mais dever de casa. Não tenho ás nas mangas. O que carrego é mais que saudade. É fome de presença, uma palavra desconhecidamente em negrito. Mas não qualquer uma! É a tua que ainda não decifro, por isso nunca chega, nem pode ficar porque não sei se um dia existirá.
Mas se um dia existir, não será um belo aprendizado?
Aquieta-te, palavra intransitiva! O silêncio irrompe o momento. É tudo presságio, mais uma verdade que corre e escapa. As palavras conspiram detalhes que, dizem, não posso saber. Tem certas coisas que o dicionário não interpreta. É preciso conjugar no toque, no cheiro, na pele, esses lances de conjunção verbo-nominal. Não tenho parênteses, sou de família reticente. Reticências à parte, que detalhes me nocautearão? No texto, na vida e na dúvida, que seja pró-réu! Eu me confesso desajeitadamente incerto, trôpego como estas linhas em versos. E quem saberá ao certo? Será um nome não apresentado? Um aviso ou encomenda? O que trará no improviso? Uma palavra recôncava? Um dorso esculpido? Quem sabe, o olhar? O sorriso, talvez?
Eis as cartas! Onde o pronome próprio?
"Posso ser generoso pelo egoísmo.
Posso ser amoroso pela tirania.
Posso ser educado pela vergonha.
Vê só o quanto uma virtude esconde uma maldade”
(Fabrício Carpinejar, em "Acácia ou eucalipto?").