Feliz Páscoa a todos! Em Libras dizemos “feliz” + “coelho” + “todos”. Ontem recebi aqui em casa a visita de um amigo surdo que, por sinal, me apresentou outro surdo morador no bairro. Papo vai, papo vem, elogios quanto à desenvoltura da língua (os surdos reparam o tempo todo como os sinais são produzidos pelas mãos do interlocutor, é uma espécie de análise da fluência na língua), recebi minha primeira caixa de bombons de presente. Mas páscoa passou a ter o significado imposto pela cultura com seus hábitos e tradições. A gente vai assimilando até não perceber mais o que um dia foi o sentido original. Páscoa nunca deixou de ser festa religiosa; diga-se, a maior festa da cristandade. Maior até que Natal, Quaresma e Pentecoste em importância litúrgica. Celebra-se a ressurreição de Jesus. Numa perspectiva mais intimista, celebra-se a vida em sua plenitude.
Hoje despertei com mais algumas daquelas vontades místicas que, vez por outra, me acometem. Pensei na páscoa e no seu significado. Não me contive. Na hora em que liguei o PC pra rabiscar algumas palavras do que tô sentindo, telefone toca bem ao meu lado. Tocou por três vezes. Parentes desejando feliz páscoa. Aproveito e dou uma ligada para meu sobrinho em São Carlos. Neste ano se mudou de mala e cuia para o alojamento da Universidade Federal de São Carlos. Em seguida, ligação pra Beagá para uma segunda mãe. Papos encerrados, volto ao PC. Não consigo. Mais outra parada. Retorno ao fio da meada por pura inspiração. A família inspira.
Num tempo de pouca meditação (tudo bem, sei que não é um hábito culturalmente ocidental), pensa-se pouco no por que das celebrações que nos impomos (seja por fé, por hábito ou por força das circunstâncias de mercado). Minha consciência, que é despertada por fé em amor, me leva a considerar todas as coisas ao meu redor como algo aproveitável. Em se tratando de páscoa, um toque a mais me inspira nessa hora: a vitória sobre aquilo acerca do qual Paulo chama de “aguilhão da morte”. Não, não tentem me entender nesta hora sem perspectivas de consciência em fé. Não falo de morte como fim do ciclo biológico. Falo de morte como encerramento da consciência pela ausência do amor. “Eis por que há entre vós (...) muitos que dormem”, diz Paulo em Coríntios. O "não amar" algumas vezes pode ser "adormecer" na linguagem profética. Somente quando despertados em amor, agimos com amor. Nós não somos amor nem sabemos amar. Mas pra não dizer que não falei das flores, lembro de João e as fortes doses de amor na sua 1ª epístola: “Quem não ama, permanece na morte” [1 Jo.3,14]. Agora, ferrou tudo. Então, como é que o amor brota em nós? A coisa chega no ápice quando o mesmo João ensina: “Nós amamos, porque ele nos amou primeiro” [1 Jo.4,19]. Alguém nos amou primeiro! A vitória sobre a morte não veio daquela cena de crucificação do Cristo. Nem menos ainda na cena da ressurreição. Tudo aquilo serviu como fatos históricos-existenciais da pessoa de Jesus de Nazaré. A vitória foi antes de tudo isso. Hã? Tá complicado? Todo aquele cenário foi apenas marco visível de uma realidade já existente “antes que o mundo fosse criado”. Não sou eu o autor dessa parada tangivelmente transcendental (por isso mesmo só entendida por fé). Paulo [no capítulo 1 de Efésios], João [no capítulo 17] e Pedro [no capítulo 1 de sua primeira epístola] fizeram essa viagem muito antes de mim como revelação de Graça. E é dentro deste contexto - que se descortina apenas por fé como sinal de Graça agindo em mim - que eu celebro a vitória sobre a morte.
Hoje despertei com mais algumas daquelas vontades místicas que, vez por outra, me acometem. Pensei na páscoa e no seu significado. Não me contive. Na hora em que liguei o PC pra rabiscar algumas palavras do que tô sentindo, telefone toca bem ao meu lado. Tocou por três vezes. Parentes desejando feliz páscoa. Aproveito e dou uma ligada para meu sobrinho em São Carlos. Neste ano se mudou de mala e cuia para o alojamento da Universidade Federal de São Carlos. Em seguida, ligação pra Beagá para uma segunda mãe. Papos encerrados, volto ao PC. Não consigo. Mais outra parada. Retorno ao fio da meada por pura inspiração. A família inspira.
Num tempo de pouca meditação (tudo bem, sei que não é um hábito culturalmente ocidental), pensa-se pouco no por que das celebrações que nos impomos (seja por fé, por hábito ou por força das circunstâncias de mercado). Minha consciência, que é despertada por fé em amor, me leva a considerar todas as coisas ao meu redor como algo aproveitável. Em se tratando de páscoa, um toque a mais me inspira nessa hora: a vitória sobre aquilo acerca do qual Paulo chama de “aguilhão da morte”. Não, não tentem me entender nesta hora sem perspectivas de consciência em fé. Não falo de morte como fim do ciclo biológico. Falo de morte como encerramento da consciência pela ausência do amor. “Eis por que há entre vós (...) muitos que dormem”, diz Paulo em Coríntios. O "não amar" algumas vezes pode ser "adormecer" na linguagem profética. Somente quando despertados em amor, agimos com amor. Nós não somos amor nem sabemos amar. Mas pra não dizer que não falei das flores, lembro de João e as fortes doses de amor na sua 1ª epístola: “Quem não ama, permanece na morte” [1 Jo.3,14]. Agora, ferrou tudo. Então, como é que o amor brota em nós? A coisa chega no ápice quando o mesmo João ensina: “Nós amamos, porque ele nos amou primeiro” [1 Jo.4,19]. Alguém nos amou primeiro! A vitória sobre a morte não veio daquela cena de crucificação do Cristo. Nem menos ainda na cena da ressurreição. Tudo aquilo serviu como fatos históricos-existenciais da pessoa de Jesus de Nazaré. A vitória foi antes de tudo isso. Hã? Tá complicado? Todo aquele cenário foi apenas marco visível de uma realidade já existente “antes que o mundo fosse criado”. Não sou eu o autor dessa parada tangivelmente transcendental (por isso mesmo só entendida por fé). Paulo [no capítulo 1 de Efésios], João [no capítulo 17] e Pedro [no capítulo 1 de sua primeira epístola] fizeram essa viagem muito antes de mim como revelação de Graça. E é dentro deste contexto - que se descortina apenas por fé como sinal de Graça agindo em mim - que eu celebro a vitória sobre a morte.
Por ilação, concluo com a mesma extravagância de Paulo aos Coríntios: “O amor jamais acaba”. É verdade. Antes da criação, Amor já havia. O Amor tem vários nomes e é cultuado de várias formas. Timóteo, no capítulo 4 de sua primeira epístola, me dá os sinais que preciso pra certeza que carrego: “todas as coisas criadas por Deus são boas”. E como tudo vem Dele, até o que alguém possa achar que não vem [pela suposição de que alguma coisa foi criada fora de Deus, ou seja, que há outros “criadores”, talvez, até por medo da verdade, por ignorar fatos ou por puro preconceito], as coisas simplesmente se encaixam naquilo que é a verdade pra mim. O Amor triunfa sobre a morte e por essa razão jamais acaba. Eis a Vitória! Páscoa exala esse cheirinho de fé que nem o mais refinado chocolate poderia me dar. E já que fé é certeza, a minha é que sua Páscoa seja tão feliz quanto a minha.
2 comentários:
Que lindo Cardo!
A tua fé, te faz essa pessoa assim, tão Especial...cheia de Amor e de Graça!
Te adoooro Amigo!!!
Um beijo grande!
Neidinha, que presença cativante!
Abrir o blog e me deparar contigo tem sido agradevelmente habitual! Sem nem imaginar, o que a torna mais especial, seus farelos de Graça vão sendo deixados caminho afora... eu passo, observo, abaixo-me e me alimento de cada um deles.
Afinal, os frutos não são para a própria árvore comer, mas sim para os caminhantes.
Frutos e farelos. Metáforas. Apenas metáforas. Sei que me entendeu!
Beijo, amiga das letras!
Postar um comentário