“Viver e não ter a vergonha de ser feliz... cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz”. Versos em prosa. Prosa que se desmancha em declarações de amor de Gonzaguinha à vida. Mas o que é a vida se não se sabe viver? Não embarcamos na onda de Roberto ao cantarmos que “é preciso saber viver”? Como viver se há alguns que já morreram? Esses próprios [os que morreram estando vivos] o sabem, não contam objetivamente, mas muitas vezes a ortodoxia e a radicalidade com que devotam sua (des)esperança na vida já é o som de muitas vozes de agonia e morte [o desamor]. Vozes que se tampam com peneiras em plena luz do sol...
Ontem conversava com uma amiga ao lado de quem construímos vários projetos sociais. Muitos deles não vão poder mais existir em razão de absoluta falta de verba. Apenas aqueles que sobrevivem graças às doações continuarão. Trocávamos várias figurinhas enquanto separávamos centenas e centenas de caixas de medicamentos com prazo vencido daquelas outras tantas centenas com validade ao longo deste e do próximo ano. Doações recebidas para o projeto “Farmácia Comunitária”. Tivemos ajuda de outros dois amigos. A oito mãos realizamos a tarefa.
Mas, pensava como existem pessoas que não entendem a vida senão na perspectiva pessoal, única e exclusivamente voltada pra si mesmas. Falo da individualidade egocêntrica. Cada um vê a vida de uma forma, isso é sabedoria milenar. Jesus dizia que tudo dependia do [como] olhar a vida. “Se teus olhos forem bons, todo o teu ser será luminoso”, afirma o evangelista Mateus acerca da lição aprendida [Mt.6]. Nosso olhar não pode ser de todo bom se não enxerga a necessidade de quem tá próximo. O canto à vida, neste caso, soa desafinado.
Olhos vendados para a dor e a aflição ou, quem sabe, para a necessidade dura e castigante do próximo, são olhos que ainda não aprenderam a “cantar, e cantar, e cantar, a beleza de ser um eterno aprendiz”. Aprendemos na vida-escola enquanto caminhamos-vivendo. Vida que se preze é vida que observa a própria luz, mesmo que alguns teimem em dizer acerca de alguém que tal não pode enxergar apenas pelo fato de ser cego. Meu Deus, quantos cegos caminham vendo e quantos não caminham achando que enxergam!
Viver é também olhar pra além de mim mesmo, além de meu próprio orgulho umbilical, e encontrar a certeza de que existem outras pessoas na vida-existência. Muitas das quais muito próximas. Algumas, necessitadas. Nem sempre necessidade física. Isto porque o alicerce do ser de qualquer pessoa não se constrói sem a emocionalidade como matéria-prima. Somos profundamente emocionais, mesmo que alguns se sintam no direito de dizer que são puramente racionais. E alguns aparentemente o são. Fato é que o alicerce será sempre emocional. Pra ser feliz é preciso caminhadas de léguas na estrada-vida, ultrapassando – e muito – a etapa que segue além do “estar feliz”. Viver feliz é pra quem sabe por que está aqui e, por isso mesmo, olha além de si. Quem olha desta forma, não olha, canta enquanto vive!
A vida não barganha, mas faz algumas “trocas” interessantes pra nosso próprio aprendizado. Quanto mais me dou ao próximo, mais recebo da vida. Quanto mais recebo da vida, maior a esperança que há em mim. Quanto maior a esperança, mais consciência há em mim acerca da fé. Disseram que ela remove montanhas. Eu acredito. Montanhas somem do mapa quando acreditamos que é possível. Assim é que canta a vida. Mesmo que nem todos tenhamos vozes pra acompanhar...
Ontem conversava com uma amiga ao lado de quem construímos vários projetos sociais. Muitos deles não vão poder mais existir em razão de absoluta falta de verba. Apenas aqueles que sobrevivem graças às doações continuarão. Trocávamos várias figurinhas enquanto separávamos centenas e centenas de caixas de medicamentos com prazo vencido daquelas outras tantas centenas com validade ao longo deste e do próximo ano. Doações recebidas para o projeto “Farmácia Comunitária”. Tivemos ajuda de outros dois amigos. A oito mãos realizamos a tarefa.
Mas, pensava como existem pessoas que não entendem a vida senão na perspectiva pessoal, única e exclusivamente voltada pra si mesmas. Falo da individualidade egocêntrica. Cada um vê a vida de uma forma, isso é sabedoria milenar. Jesus dizia que tudo dependia do [como] olhar a vida. “Se teus olhos forem bons, todo o teu ser será luminoso”, afirma o evangelista Mateus acerca da lição aprendida [Mt.6]. Nosso olhar não pode ser de todo bom se não enxerga a necessidade de quem tá próximo. O canto à vida, neste caso, soa desafinado.
Olhos vendados para a dor e a aflição ou, quem sabe, para a necessidade dura e castigante do próximo, são olhos que ainda não aprenderam a “cantar, e cantar, e cantar, a beleza de ser um eterno aprendiz”. Aprendemos na vida-escola enquanto caminhamos-vivendo. Vida que se preze é vida que observa a própria luz, mesmo que alguns teimem em dizer acerca de alguém que tal não pode enxergar apenas pelo fato de ser cego. Meu Deus, quantos cegos caminham vendo e quantos não caminham achando que enxergam!
Viver é também olhar pra além de mim mesmo, além de meu próprio orgulho umbilical, e encontrar a certeza de que existem outras pessoas na vida-existência. Muitas das quais muito próximas. Algumas, necessitadas. Nem sempre necessidade física. Isto porque o alicerce do ser de qualquer pessoa não se constrói sem a emocionalidade como matéria-prima. Somos profundamente emocionais, mesmo que alguns se sintam no direito de dizer que são puramente racionais. E alguns aparentemente o são. Fato é que o alicerce será sempre emocional. Pra ser feliz é preciso caminhadas de léguas na estrada-vida, ultrapassando – e muito – a etapa que segue além do “estar feliz”. Viver feliz é pra quem sabe por que está aqui e, por isso mesmo, olha além de si. Quem olha desta forma, não olha, canta enquanto vive!
A vida não barganha, mas faz algumas “trocas” interessantes pra nosso próprio aprendizado. Quanto mais me dou ao próximo, mais recebo da vida. Quanto mais recebo da vida, maior a esperança que há em mim. Quanto maior a esperança, mais consciência há em mim acerca da fé. Disseram que ela remove montanhas. Eu acredito. Montanhas somem do mapa quando acreditamos que é possível. Assim é que canta a vida. Mesmo que nem todos tenhamos vozes pra acompanhar...
2 comentários:
Filhote, que coisa mais linda o que voc� escreveu. Enquanto lia, me veio a imagem sua da Iraydes, ali na Associa�o comentando o tempo que voc�s doaram e como foi ben�fico tanto para voc�s como para aqueles que usufruiram de seus trabalhos. At� eu apareci na imagem criada na minha cabe�a,quando certa ocasi�o eu ajudei a separar alguns medicamentos que j� estavam vencidos. Lembra?
Que bom filho, voc� Iraydes, Helena e outros mais, fizeram muito, agora � tempo de caminhar e deixar que outros fa�am.
Parab�ns para voc�s!
Um beijo da madrezita.
Tá vendo como as palavras assumem o sentido certo quando se conhece a "causa"? A mãe acertou!
Hoje decidiu-se pela posse da única chapa inscrita no dia 1º de maio. Os projetos terão outros mentores, embora a maioria deles caminhe para a extinção (já anunciada por quem virá...).
Saudosismos à parte, a caminhada continua, assim como Deus agindo em nós através de tantas idéias quantas venham nascer. É assim que soam algumas melodias na vida. E o bom é que tudo isso faz parte do crescimento!
Beijos!
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